1º Grupo de Comunicações e Controle coordena o espaço aéreo no exercício de guerra da FAB no RS

Imagem: DECEA / 2º/1º GCC

Na manhã da segunda-feira da semana passada, dia 7 de novembro, teve início o Exercício Conjunto (EXCON) ESCUDO-TÍNIA 2022, maior exercício de adestramento realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no ano de 2022, coordenado pelo Comando de Preparo (COMPREP) e pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e conduzido pela Base Aérea de Canoas (BACO).

A coordenação do Controle do Espaço Aéreo no exercício ficou sob a responsabilidade do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) e do seu Segundo Esquadrão (2º/1º GCC), o Esquadrão Aranha, sediado em Canoas (RS), com apoio do 1º/1º, Esquadrão Profeta, do Rio de Janeiro (RJ), e do 4º/1º GCC, Esquadrão Mangrulho, de Santa Maria (RS).

Com o objetivo de consolidar a doutrina de Missões Aéreas Compostas (Composite Air Operations – COMAO) por meio de treinamentos de emprego militar em operações conjuntas, o EXCON ESCUDO-TÍNIA possui uma complexa infraestrutura de telecomunicações, que, por sua vez, contou com um grande planejamento e capacitação dos participantes de diversas especialidades multidisciplinares.

Missões COMAO necessitam de uma coordenação minuciosa entre todos os participantes – técnicos, controladores, pilotos, mecânicos, pessoal de logística e demais especialidades – uma vez que envolvem muitos equipamentos, radares, rede de telecomunicações, consoles e aeronaves diversas em um cenário de combate aéreo tático, fictício e dinâmico, simulando um conflito regional de guerra convencional ente dois países (vermelho e azul), com emprego de meios de artilharia antiaérea.

Para se ter uma noção da grandeza do evento, ao todo, 800 militares das três Forças – Aeronáutica, Marinha do Brasil (MB) e Exército Brasileiro (EB) – atuam no exercício que e tem a duração de três semanas e envolve o emprego de 50 aeronaves das Aviações de Caça (F-5 E Tiger II), Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (E-99), Asas Rotativas (H-60 Black Hawk) e Transporte (C-95 Bandeirante, C-105 Amazonas e KC-390 Millennium).

É neste complexo Teatro de Operações que são coordenadas ações de Vigilância do Espaço Aéreo, Defesa Aérea e Antiaérea.

O Comandante do 1º GCC, Tenente-Coronel Aviador Diego Ilvo Hennig, avalia a relevância do evento, que é, para ele, de suma importância para a Força Aérea Brasileira e para o GCC.

“Estamos com um contingente de pessoal e de equipamentos gigante nessa operação. Diversos militares do 1º GCC e de seus Esquadrões estão participando, atuando em cinco localidades diferentes. O coração do Exercício está em Canoas, mas temos equipamentos militares em Santa Maria e bases de apoio nas cidades de Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista e Canguçu, todas no Rio Grande do Sul”.

Imagem: DECEA / 2º/1º GCC

Imagem: DECEA / 2º/1º GCC

O Tenente-Coronel Henning destacou ainda a atuação de militares do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e dos seus Regionais.

“Temos controladores dos Centros de Operações Militares (COpM) dos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA). Uma novidade desta edição foi colocar todo o controle feito a partir de Canoas. Todas as aeronaves que estão voando nessa operação estão sendo controladas pelos militares que aqui estão, no 2º/1º GCC. Isso mostra uma capacidade grande de montarmos um órgão de controle de operações aéreas militares em qualquer lugar do Brasil onde seja necessário para a FAB”.

O Exercício consiste neste embate fictício para adestramento de militares e aeronaves, no qual o controle de tráfego aéreo da Offensive Counter Air (OCA) tem por objetivo suprimir o poder aéreo militar do inimigo, enquanto o da Deffensive Counter Air (DCA) busca contrapor as ações da OCA.

O Comandante do 2º/1º GCC, Major Aviador Diego Dias da Costa, ressaltou a participação do Esquadrão Aranha no EXOP, destacando que é uma excelente oportunidade para pilotos e controladores poderem atuar presencialmente, juntos, com grande troca de informações cruciais para a excelência da performance no Exercício.

“Para o Esquadrão Aranha, receber o EXCON ESCUDO-TÍNIA é uma honra. Esta é a maior operação da FAB neste ano e, para nossos militares é muito importante participar de um treinamento tão amplo para o qual conseguimos disponibilizar toda infraestrutura de telefonia, lógica, controle de defesa aérea, dentre outros”, comentou o Major.

“Para nós, a operação começou bem antes”, prossegue o Comandante do Esquadrão. “Começou uns vinte dias antes do início do EXCON. Já tínhamos técnicos trabalhando de manhã à noite para conseguir disponibilizar todos os serviços requisitados pelo COMPREP, que está gerenciando esta operação”.

Fazendo um balanço desta primeira semana de atividades, o Major Costa fala de suas expectativas para o que está por vir. “No momento todos os serviços foram já foram providenciados, testados, tivemos voos do Grupo Especial de Inspeção em Voo (GEIV) para homologar os novos hardwares que foram adquiridos para o Sistema de Defesa Aérea (DACOM) e que estão sendo utilizados pela primeira vez. Agora, o papel do GCC é manter esta prestação de sérvios até o fim da operação”.

1º GCC

O Primeiro Grupo de Comunicações e Controle é uma unidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) que tem por responsabilidade instalar, operar e manter um escalão avançado de operações aerotáticas em áreas onde a cobertura ordinária não for suficiente.

O controle, as comunicações e o alarme aerotático fornecidos pelo 1º GCC, suprem eventuais falhas de detecção e ligam áreas remotas com os usuários dos centros de controle e operações.

No EXCON ESCUDO-TÍNIA, a Unidade está sendo responsável por prover toda a infraestrutura técnica e operacional, bem como os serviços necessários, como acesso à internet, intraer e telefonia.

2º/1º GCC

O Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle, Esquadrão Aranha, sediado em Canoas (RS), tem por missão instalar, operar e manter os equipamentos aerotransportáveis de controle e alarme aerotático, apoiando as unidades aéreas e antiaéreas na missão de vigilância do espaço aéreo sob sua responsabilidade.

A participação do 1º GCC e de seus Esquadrões é mesmo crucial para a realização do exercício. Além dos Radares Transportáveis de Defesa Aérea TPS-B34, montados em Canoas e em Santa Maria, foi disponibilizada uma infraestrutura técnica e operacional, capaz de prover acesso à internet, intraer e telefonia.

Suportar a instalação, operação e manutenção da infraestrutura técnica e operacional necessária, representa enorme desafio que foi designado ao DECEA, por meio de suas Unidades de Comunicações e Controle.

A complexa rede abarca:

– dezenas de canais de comunicação ar-solo;

– Estações de Enlace de Dados Táticos;

– servidores;

– dezenas de linhas telefônicas;

– pontos de videoconferência;

– 20 posições de controle;

– sistema de gravação de áudio dualizado;

– central de distribuição de áudio, sistema de visualização e tratamento de dados radar (distribuído em 20 visualizações);

– radares de Defesa Aérea;

– integração de radares fixos, sistemas de Alta frequências (HF), na transmissão de voz e dados radar e enlaces por satélite conectando a BACO ao Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Canguçu (DTCEA-CGU) e Base Aérea de Santa Maria (BASM);

– quatro shelters para abrigar as células operacionais e técnicas;

– sítios de comunicações em Santana da Boa Vista e em Caçapava do Sul com enlaces via satélite; e

– muitos outros serviços que envolveram na logística 120 militares e toneladas de material transportado por rodovias ao longo de seis dias de viagem.

Informações do DECEA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias

Avião em pouso por instrumentos voa na direção da torre de...

0
Um Boeing 737 da Southwest acabou arremetendo e passando muito perto da torre de controle do Aeroporto em Nova York.