A 32 mil pés, pilotos desviam B777 após para-brisa trincar por colisão com ave

Avião Boeing 777-200ER PIA Pakistan International Airlines
Boeing 777-200 da PIA – Imagem: Magic Aviation / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

Um voo com um Boeing 777 precisou ser desviado quando já estava em altitude de cruzeiro no último sábado, 9 de abril, devido a um problema com o para-brisa do copiloto.

Segundo as informações do The Aviation Herald, a aeronave envolvida foi o Boeing 777-200 registrado sob a matrícula AP-BGJ, operado pela companhia paquistanesa PIA Pakistan International Airlines, quando estava realizando o voo PK-9759 de Lahore, no Paquistão, para Jeddah, na Arábia Saudita.

Tendo partido com 350 pessoas a bordo, o jato já estava na fase de voo de cruzeiro no FL320 (nível de voo de 32 mil pés, ou 9,7 km de altitude) a cerca de 630 km de Karachi, ainda no Paquistão, quando os pilotos desceram a aeronave para o FL140 devido ao para-brisa rachado do primeiro oficial (também chamado de co-piloto).

Conforme o registro da plataforma RadarBox de rastreamento online, inicialmente os tripulantes inciaram um retorno para Lahore, de onde haviam partido, mas, depois de algum tempo, muraram o rumo para Karachi, mesmo estando mais distante.

Trajetória do voo do incidente – Imagem: RadarBox

O pouso foi efetuado em segurança na pista 25L do aeroporto alternativo cerca de 2 horas e 20 minutos após a partida de Lahore e cerca de 1 horas e 45 minutos após deixar o FL320.

A companhia aérea informou que os pilotos desviaram a aeronave para Karachi devido a uma colisão com ave (“bird strike”) que danificou o pára-brisa, mas não especificou se o impacto aconteceu ainda no início do voo, com posterior trincamento em altitude, ou se o incidente se deu já em altitude (esta situação é bastante rara, mas existem aves que fazem voos migratórios em altitude elevada).

Não há informações sobre o motivo do desvio para Karachi, mais distante, ao invés do retorno para Lahore, podendo ser, por exemplo, por haver melhor estrutura de manutenção no local ou maior facilidade de disponibilização de aeronave alternativa para assumir o voo.

O Boeing 777-200 permaneceu em solo por quase 24 horas e então retomou as operações comerciais na manhã deste domingo.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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