Abelha causa rejeição de decolagem de um Boeing 737 a quase 150 km/h

Imagem: FlightRadar24

Os pilotos de um voo comercial precisaram rejeitar a decolagem quando a aeronave atingia quase 150 km/h devido a uma curiosa situação – um problema causado por uma abelha.

Segundo as informações relatas pelo The Aviation Herald, a aeronave envolvida foi o Boeing 737-700 da companhia aérea TAAG Angola Airlines registrado sob a matrícula D2-TBJ.

O jato estava partindo na última quarta-feira, 9 de fevereiro, no voo DT-582 de Maputo, em Moçambique, para Luanda, em Angola, acelerando pela pista 05 do aeroporto de origem, quando os pilotos rejeitaram a decolagem a cerca de 80 nós (148 km/h) de velocidade indicada (velocidade aerodinâmica).

O motivo da decisão de abortar o procedimento foi uma discordância entre a velocidade aerodinâmica mostrada nos instrumentos do comandante e nos do primeiro oficial. A aeronave diminuiu a velocidade com segurança e retornou ao pátio.

Vale sempre destacar que, por padrão, os pilotos apenas abortam a corrida de decolagem se a aeronave ainda não atingiu o valor da velocidade de decisão entre continuar ou não. Abaixo desta velocidade, que varia de acordo com diversos parâmetros, como modelo do avião, peso, temperatura, etc, ainda há distância de pista suficiente para a parada completa.

Os passageiros desembarcaram e foram levados para um hotel. A aeronave foi colocada em manutenção e voltou ao serviço no dia seguinte, após cerca de 28 horas no solo.

Apesar do relato de rejeição de decolagem a 80 nós, dados das plataformas de rastreamento online de voos, conforme visto na imagem ao início desta matéria, mostram o 737-700 indo duas vezes à pista e acelerando até 130 nós (240 km/h) e até 92 nós (170 km/h) em cada uma das vezes, com um intervalo de pouco mais de 3 horas entre elas. Não há informações que indiquem o porquê desta diferença, podendo se tratar de testes da equipe de manutenção.

Após a ocorrência, a companhia aérea informou que uma abelha foi encontrada em um dos tubos de pitot – equipamentos que ficam no exterior da fuselagem e são parte do sistema de aferição de velocidade e altitude das aeronaves a partir da pressão do ar.

Dois tubos de pitot em uma aeronave – Imagem ilustrativa

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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