A Secretaria Nacional de Aviação Civil, vinculada ao Ministério de Portos e Aeroportos, está conduzindo um projeto significativo de coleta de dados sobre a acessibilidade em aeroportos e aviões no Brasil.
Por meio de um questionário estruturado em quatro blocos, pessoas com deficiência têm a oportunidade de compartilhar suas experiências e avaliações sobre os serviços, desde o atendimento das companhias aéreas até as instalações dos aeroportos.
O projeto, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), teve início em outubro de 2023 e se estenderá até dezembro de 2027. Até o momento, 31 respostas foram registradas, fornecendo informações valiosas para aprimorar a acessibilidade nos transportes aéreos.
Na fase inicial, a iniciativa identificou 92 boas práticas de acessibilidade, que serviram para classificar 57 aeroportos do país, cada um recebendo um selo de acordo com seu alinhamento ou desalinhamento em relação a esses padrões.
Com o feedback das pessoas que responderem ao questionário, a equipe do projeto poderá enriquecer suas avaliações, incorporando percepções dos passageiros sobre a acessibilidade. A expectativa é que, em 2025, seja possível divulgar publicamente a classificação de acessibilidade de cada aeroporto brasileiro.
Luiz Antonio Tonin, coordenador do projeto pela UFSCar, destacou que a equipe realizou missões internacionais para estudar como aeroportos de outros países abordam a questão da acessibilidade.
Como exemplos positivos, Tonin menciona a implementação de aplicativos similares ao Be My Eyes, que auxilia deficientes visuais conectando-os a voluntários, e o uso de cães-guia – ambos com potencial para serem adotados em aeroportos brasileiros.
Tonin também ressaltou a importância da comunicação eficaz entre companhias aéreas, aeroportos e passageiros.
Ele observa que muitos desafios enfrentados por pessoas com deficiência decorrem de falhas comunicativas, como quando passageiros são desembarcados em portões distantes, resultando em deslocamentos mais complicados. “Isso acaba gerando diversos constrangimentos”, comenta ele, ressaltando a necessidade de melhorar a interação para facilitar o uso da infraestrutura disponível.
O questionário de avaliação pode ser acessado no site Participa + Brasil. Além disso, no portal Aviação Acessível, os interessados encontram o Manual de Acessibilidade na Aviação Civil, que oferece diretrizes e informações sobre o uso de serviços de aviação por pessoas com deficiência.