Ações da Azul sobem mais de 18% em um dia após acordo com donos dos aviões

Na segunda-feira (7), as ações ordinárias da Azul Linhas Aéreas (AZUL4), negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, subiram 18%, fechando a R$ 9,99, contra um valor de abertura de R$ 8,45. A alta relevante foi reflexo do acordo que a empresa fez com seus principais credores, os arrendadores das aeronaves, para reestruturar a dívida.

No último domingo, a empresa emitiu uma nota ao mercado afirmando que firmou acordos comerciais com arrendadores de seus aviões, cobrindo mais de 90% do seu passivo de arrendamento. Ainda sujeito a certas condições e aprovações corporativas, o acordo dará fôlego de caixa para a empresa, enquanto rola a dívida para o longo prazo.

Com base nesses acordos, os arrendadores reduzirão os pagamentos de arrendamento da Azul para eliminar diferimentos relacionados à Covid, bem como a diferença entre as taxas de arrendamento contratuais da Azul e as taxas de mercado atuais. Em troca, os arrendadores receberão um título de dívida negociável com vencimento em 2030 e ações precificadas, de forma a refletir a nova geração de caixa da Azul, sua melhor estrutura de capital e a redução em seu risco de crédito.

A reestruturação animou o mercado e contribuiu para que as ações chegassem a subir mais de 35% no dia de ontem. O nível de alta foi diminuindo ao longo do pregão, sobretudo após a divulgação do balanço, que ainda reporta prejuízo e desperta desconfiança dos investidores, apesar do otimismo da empresa. A alta também foi contida por realizações de lucros ao longo do período de negociação.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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