Ações de Efromovich na Avianca vão a leilão após calote na United

Meses depois de perder o poder de controle no seu maior negócio, Germán Efromovich dá o último adeus à Avianca: suas ações serão leiloadas por decisão judicial.

Airbus Avianca
Airbus A330-300 da Avianca Colômbia

A notícia vem meses depois do empresário brasileiro-colombiano não honrar um empréstimo que fez junto à United Airlines, colocando como garantia exatamente as suas ações na Avianca Holdings da Colômbia.

O empréstimo foi feito em janeiro deste ano, com Efromovich prometendo resolver as questões tanto na Avianca Brasil quanto na irmã colombiana.

Porém, nada disso aconteceu. Meses se passaram e a Avianca Brasil, sem dinheiro para pagar funcionários e fornecedores, fechou as portas.

Já a Avianca Holdings quase entrou em recuperação judicial, tendo que ser salva pela própria United através da Kingsland, com um aporte de $250 milhões de dólares.

A Kingsland é uma administradora de fundos e teve que assumir o controle da Avianca ao invés da United, devido a uma restrição na cláusula de convenção coletiva dos pilotos da companhia aérea norte-americana: a United não pode tomar o controle de uma aérea estrangeira sem antes aprovação dos seus funcionários.

Calote

Em maio, a United anunciou o calote de Efromovich no valor de $450 milhões de dólares (coincidência ou não, é praticamente o mesmo valor do lance que o empresário deu pela indiana Jet Airways, que também fechou as portas e o governo da Índia tenta reabrir).

Como parte do contrato, a Kingsland tomou a cadeira de Efromovich no conselho da holding, porém as ações ainda continuaram sob o controle do empresário.

Agora, em entrevista ao jornal colombiano El Tiempo, Germán informou que em até quatro meses suas ações na Avianca irão a leilão público seguindo uma decisão da corte de Nova Iorque, onde a Avianca Holdings é registrada e listada na bolsa da cidade.

Atualmente, Germán possui 51,5% das ações totais da empresa. O empresário estima que o leilão público deverá levantar $2 bilhões de dólares (R$7,99 trilhões).

O prazo para pagamento do empréstimo com a United era de 8 anos, mas como não pagou nenhuma das primeiras parcelas, a aérea americana foi na corte para “penhorar” as ações dadas como garantia.

“Quero ser enfático a respeito de que não buscamos evitar que a United receba o que lhe devem, mas queremos buscar a sobrevivência saudável da nossa Avianca, que se preserve o que eu e 5 mil colombianos construímos desde 2004”, disse Germán Efromovich. O empresário não comentou sobre a brasileira Oceanair.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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