O lançamento experimental do foguete HANBIT-TLV em conjunto com uma empresa privada da Coreia do Sul, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, foi impedido devido a uma questão de ordem técnica.
Segundo descreve a Força Aérea Brasileira (FAB), o foguete passou em todos os testes de segurança e recebeu a aprovação para a fase final do voo, não apresentando problemas. Agora, os profissionais da empresa sul-coreana Innospace e do Centro de Lançamento de Alcântara já estão conduzindo uma avaliação técnica detalhada para que o problema seja identificado e sanado, mantendo a segurança para realizar um próximo lançamento em nova data a ser definida.
Em nota, a Innospace informou apenas que “Devido a um erro em um sistema de gerenciamento de segurança, encontrado após a conclusão dos preparativos de decolagem do HANBIT-TLV, sua tentativa de lançamento de teste não foi realizada em 21 de dezembro BRT, infelizmente. Após verificações com a Força Aérea Brasileira, a nova janela de lançamento poderá ser definida”.
Ainda assim, segundo a FAB, a Operação é considerada em parte bem-sucedida, tendo em vista todas as etapas desenvolvidas antes da tentativa de lançamento. Incluem-se nessas fases a operação conjunta entre as instituições brasileiras e a empresa sul-coreana no desenvolvimento de novas tecnologias, a evolução da estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara, a complexa logística de transporte do foguete, que chegou ao país a bordo de um avião Boeing 747 no aeroporto de São Luís e foi transportado até Alcântara, e, ainda, os ganhos para a indústria nacional e para o comércio e setor de serviços no entorno do Centro.
“Atividades de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias associadas à área Espacial possuem, de forma intrínseca, maior nível de incerteza e risco associados, mas importantes lições foram aprendidas para que as questões técnicas associadas ao ineditismo da Operação possam ser superadas para futuros lançamentos“, ressaltou o Coordenador-Geral da Operação Astrolábio, Coronel Aviador Rodrigo José Fontes de Almeida.
Sobre o foguete e a carga útil
O HANBIT-TLV é um lançador de satélites que mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas. O foguete, desenvolvido pela empresa Innospace, utiliza um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica, além de tecnologia híbrida, ou seja, com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas, o que proporciona composição química estável, fabricação mais rápida e de menor custo.
O veículo é equipado com a carga útil denominada Sistema de Navegação Inercial (SISNAV), desenvolvida pelos militares e profissionais civis do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o qual faz parte do DCTA.
O SISNAV é um experimento tecnológico brasileiro essencial para a navegação autônoma de foguetes, que permitirá ao Brasil um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos. O Projeto SISNAV está inserido dentro do Sistema de Navegação e Controle (SISNAC), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da FAB, focado em órbitas baixas no chamado New Space.
Essa missão promove o desenvolvimento técnico e operacional das equipes envolvidas no que tange à tecnologia de propulsão híbrida, avaliação do desempenho em voo do SISNAV e sistemas de rastreio, transmissão e recebimento de dados. Dessa forma, o Programa Espacial Brasileiro será fortalecido, mostrando ao mundo a capacidade do Brasil de desenvolver tecnologias aeroespaciais.
Informações da Força Aérea Brasileira
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