Advogado conclui que falta de manutenção causou a falha do motor do B777 da United

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Motor PW4077 Incidente Boeing 777 United Denver
Imagem: NTSB

As investigações nem bem começaram sobre o grave incidente com o motor PW4077 do Boeing 777 da United Airlines, mas parece que um advogado já tirou suas conclusões e solucionou o motivo de tudo ter acontecido.

Enquanto o NTSB, órgão norte-americano de investigação, avalia, acompanhado de toda uma equipe de especialistas, cada detalhe sobre o incidente para descobrir as causas mais prováveis, o advogado que representa um dos passageiros do voo afirma que tudo não teria ocorrido se a empresa aérea tivesse inspecionado corretamente o motor que “espetacularmente falhou”.

A informação consta na ação coletiva submetida ao Tribunal Distrital do Colorado, nos Estados Unidos, pelo advogado do passageiro que disse ter sofrido traumas psicológicos devido ao estresse experimentado a bordo desde a falha do motor até o pouso do Boeing 777 em Denver.

“Ninguém deveria ter que passar por isso como resultado da recusa de uma companhia aérea em cuidar adequadamente de seus aviões e clientes, e estou ansioso para forçar a United a fazer isso da melhor maneira possível”, disse nesta segunda-feira, 8 de março, o advogado Jonathon Corbett à Fox News.

É verdade que um problema semelhante aconteceu em 2018, quando outro Boeing 777 da United teve problema em voo com seu motor. Entretanto, é precoce demais afirmar que a nova falha foi causada, como afirma a ação coletiva, por “falha [da United] em garantir que o que aconteceu em 2018 não acontecesse novamente em 2021”, sendo uma “falha impressionante de práticas de segurança razoáveis para qualquer padrão”.

É possível, por exemplo, que a palheta do fan do motor, que pode ter se quebrado por uma trinca por fadiga já encontrada na investigação em andamento, tenha falhado antes do tempo previsto para sua próxima inspeção, o que levaria, por exemplo, a uma nova descoberta de que o material é menos resistente aos esforços do funcionamento do motor do que se previa após as investigações do incidente de 2018.

Nesse caso, a United não teria nenhuma culpa, pois o problema teria acontecido antes que ela parasse sua aeronave no tempo correto de manutenção.

Portanto, embora exista a possibilidade de alguma falha da companhia aérea em seu procedimento de manutenção, essa constatação somente poderá ser feita após a conclusão das investigações, que determinará com maior precisão tudo que for descoberto sobre fatores influenciadores do problema.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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