Aérea detalha custos que quer cobrar de passageiro indisciplinado após desvio de rota; valor passa dos R$ 90 mil

Imagem: Ryanair

A Ryanair forneceu uma análise dos custos que quer recuperar de um passageiro indisciplinado, que, segundo a companhia, forçou os pilotos de um voo de Dublin para Lanzarote, em abril passado, a desviar a rota para Portugal devido ao seu comportamento.

A companhia aérea de baixo custo informou, nesta segunda-feira (13), que decidiu buscar uma ação legal contra o homem em um tribunal civil irlandês, pois os promotores criminais em Portugal decidiram não apresentar acusações e recomendaram que o caso fosse transferido para a Irlanda.

Na semana passada, a Ryanair revelou pela primeira vez que processaria o passageiro por mais de € 15 mil (cerca de R$ 94 mil), mas a companhia agora publicou uma análise detalhada de como chegou a esse valor.

Após o incidente de 9 de abril de 2024, o avião teve que permanecer em Portugal durante a noite devido a restrições nas horas de trabalho dos pilotos e da tripulação. Como resultado, gastou € 7 mil (cerca de R$ 43 mil) com hospedagem para todos os 160 passageiros e seis membros da tripulação.

A companhia também teve que pagar € 1.800 (cerca de R$ 11 mil) por uma tripulação substituta, € 2.500 (cerca de R$ 15 mil) em taxas de aterrissagem e manuseio no aeroporto, € 800 (cerca de R$ 5 mil) em pagamentos de combustível excedente e € 2.500 em custos legais.

Além disso, a Ryanair também está processando o passageiro indisciplinado por € 750 (cerca de R$ 4 mil) em vendas perdidas durante o voo, como alimentos, bebidas e produtos Duty Free. O total da conta chega a €15.350.

Nenhum desses custos teria sido incorrido se este passageiro perturbador não tivesse forçado um desvio para o Porto, a fim de proteger a segurança da aeronave, 160 passageiros e seis membros da tripulação a bordo”, explicou um porta-voz da companhia aérea nesta segunda-feira.

Os governos europeus falham repetidamente em tomar medidas quando passageiros indisciplinados ameaçam a segurança das aeronaves e forçam desvios”, reclamou o porta-voz. “Está na hora de as autoridades da UE tomarem medidas para limitar a venda de álcool nos aeroportos.

O CEO da Ryanair, Michael O’Leary, há muito tempo defende que os aeroportos imponham um limite bebidas para os passageiros, a fim de evitar comportamentos indisciplinados e a companhia aérea mais uma vez solicita que restrições sejam implementadas.

Refutando as alegações de que a companhia deseja simplesmente aumentar suas vendas de bebidas a bordo, a empresa insistiu que “já restringe e limita a venda de álcool em nossas aeronaves, particularmente em casos de passageiros indisciplinados.

O’Leary já havia atribuído o aumento dramático de incidentes de passageiros indisciplinados ao uso de drogas ilegais, especialmente em voos problemáticos de Irlanda e Reino Unido para destinos de festa como Ibiza e as ilhas gregas.

A Ryanair está lidando atualmente com pelo menos um sério incidente de passageiro indisciplinado por semana.

Leia mais:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

Veja outras histórias