Um copo de chá, derramado sobre uma criança de oito anos a bordo de uma aeronave que ia de Veneza para Londres, levou a Ryanair a ser condenada ao pagamento de US$ 4.240 em indenização. Não ficou totalmente explicado como a bebida derramou, mas a família atribui a uma tampa mal colocada no copo pela comissária de voo.
Quando o chá quente atingiu a menina, ela gritou de dor, vindo a ser socorrida e acalmada por seu pai que, por ter curso de primeiros socorros, foi hábil em cuidar dela, disse a mídia britânica.
“Felizmente fiz cursos de primeiros socorros e sabia que você não deveria colocar gelo em uma queimadura”, disse ele. “Ela estava em completo choque. Eu então tive que trocar de roupa à vista dos outros passageiros e colocá-la em um cobertor e acalmá-la.”
A tripulação de cabine forneceu almofadas de resfriamento, mas a família diz que a Ryanair não ofereceu mais tratamento médico no ar ou na chegada a Londres. Descrevendo a experiência como “horrível”, o pai da criança diz acreditar que a tripulação não tinha experiência para lidar com a situação.
Batalha judicial
Em casa, a criança teve que trocar curativos diariamente por cinco dias. A família se disse frustrada pelo fato da empresa aérea ter se eximido de qualquer culpa e abriu um processo.
Os advogados da companhia aérea alegaram que a garota era a “autora de seu próprio infortúnio” e, como tal, empresa disse que não lhe devia nenhuma compensação.
O advogado da família, por sua vez, apresentou uma reclamação sob a Convenção de Montreal, que responsabiliza as companhias aéreas pela maioria dos acidentes que ocorrem em suas aeronaves.
“Este caso se concentrava em saber se a tampa do copo havia sido devidamente protegida pela tripulação de cabine, e a avó tinha absoluta certeza de que não havia”, comentou Anne Thomson, da Hudgell Solicitors. “Alegamos que as consequências do erro das tripulações foram que uma criança ficou ferida e experimentou fortes dores e choques sem culpa própria”.
A Ryanair insistiu que sua tripulação havia colocado a tampa no copo com segurança e que foi a família que removeu a tampa e fez com que o chá quente caísse. Eventualmente, no entanto, os dois lados iniciaram negociações para resolver a reclamação, enquanto a Ryanair continuou a negar a responsabilidade. No final, o tribunal aprovou uma indenização à família.
As companhias aéreas já tentaram argumentar que não deveriam ser responsabilizadas por reclamações de acidentes sob a Convenção de Montreal, mas o Tribunal de Justiça Europeu esclareceu que as companhias aéreas só podem escapar da responsabilidade se provarem que o passageiro agiu negligentemente.