Aérea é multada após coagir tripulantes que denunciaram doenças causadas por fumaça a bordo

Imagem: American Airlines

A American Airlines está sendo multada após ter retaliado comissários de bordo que apresentaram queixas sobre doenças que alegam serem resultado de incidente de fumaça a bordo de aeronaves. O anúncio foi feio nesta quarta-feira (4), pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

Os comissários de bordo alegaram que a companhia aérea cortou os pontos de atendimento e os desencorajou a relatar lesões e doenças relacionadas ao trabalho, incluindo a inalação de fumaça a bordo. Conforme o programa de pontos de atendimento da AA, os comissários de bordo podem ser demitidos se acumularem 10 ou mais pontos.

A investigação analisou relatórios feitos por quatro comissários de bordo entre 15 de julho e 3 de agosto de 2022. Em dois dos incidentes, os comissários de bordo receberam dois pontos de atendimento, enquanto dois outros comissários de bordo receberam um ponto de atendimento, cada um por relatar uma doença resultante de um evento de fumaça.

A lei federal protege os direitos dos trabalhadores de expressar preocupações com segurança e saúde no local de trabalho sem medo de retaliação”, disse o diretor da área da OSHA, Timothy Minor, em Fort Worth, Texas. “Quando os empregadores punem os funcionários por fazê-lo, eles criam um efeito inibidor que pode impedir os trabalhadores de relatar problemas futuros, colocando em risco sua saúde e bem-estar e dos colegas de trabalho.

Nossa investigação descobriu que os comissários de bordo se envolveram em atividades protegidas quando relataram doenças relacionadas à fumaça de combustível de aviação que penetrava na cabine da aeronave”, acrescentou Minor. “Os trabalhadores devem se sentir capacitados para informar os gerentes e outros sobre os perigos potenciais que comprometem a segurança e a saúde dos trabalhadores.”   

Em 2019, a American Airlines relatou oficialmente 1.644 eventos de “Fumaça, Odor ou Fumo (SOF)” a bordo de suas aeronaves. Isso significa que, em média, cinco eventos de fumaça ocorreram todos os dias em 2019.

Os eventos SOF às vezes são chamados de “eventos de fumaça tóxica” porque os ativistas afirmam que produtos químicos perigosos, especialmente dos motores das aeronaves, podem ser vaporizados nas unidades de ar condicionado da cabine antes de serem inalados pelos passageiros e pela tripulação.

Não distante, em outubro passado, o AEROIN repercutiu um caso envolvendo uma outra tripulação da American Airlines. Na ocasião, o seu avião precisou retornar ao aeroporto de origem, após um odor estranho exalar de uma bagagem de mão de um passageiro a bordo, que acabou adoecendo alguns comissários de voo.

Leia mais:

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

Veja outras histórias

ANAC realiza reuniões para discutir segurança e desafios da aviação na...

0
A Agência abriu espaço para ouvir as demandas dos operadores a fim de entender quais são as necessidades da aviação na região amazônica.