Aérea obriga passageiros a fazerem teste de conhecimentos gerais antes de deixá-los embarcar

Divulgação: Ryanair

Para que alguns passageiros provem que são sul-africanos, a empresa aérea Ryanair decidiu aplicar-lhes um teste de conhecimentos gerais sobre seu próprio país. Quem falhar, não embarca. A notícia foi publicada originalmente no News24, que conversou com uma passageira que disse ter sido barrada num voo entre Londres e Dublin por ter falhado no teste.

Somente depois de levar o assunto a um supervisor e mostrar outras formas de identificação, ela finalmente foi autorizada a embarcar no voo.

Um porta-voz da Ryanair confirmou que a transportadora estava fazendo com que passageiros viajando com passaporte sul-africano e que haviam sido “sinalizados durante o perfilhamento de segurança” completassem um “questionário simples” como uma camada de segurança adicional para garantir que fossem sul-africanos.

O questionário pergunta aos passageiros coisas como o nome do presidente da África do Sul, a flor nacional do país e três idiomas oficiais falados no país.

“Devido ao recente aumento de passageiros que tentam viajar com passaportes sul-africanos fraudulentos, nossos agentes podem solicitar aos passageiros que viajam com passaporte sul-africano e que são sinalizados durante o perfil de segurança, que preencham um questionário simples, como uma avaliação de segurança adicional, para confirmar se eles estão corretamente documentados antes da viagem”, disse a Ryanair em comunicado.

“Como a proficiência linguística é o método de avaliação de segurança menos intrusivo, este questionário é realizado em africâner, uma das línguas oficiais mais prevalentes da África do Sul”, continuou o comunicado. O africâner é uma das 11 línguas oficiais faladas na África do Sul e menos de 14% da população local fala.

Alguns passageiros disseram ao jornalista que solicitaram o formulário em inglês, mas foram rejeitados, pois espera-se que falem africâner e não responder às perguntas devido a dificuldades linguísticas pode ser considerado prova de que seu passaporte é fraudulento.

O Departamento de Relações Internacionais da África do Sul diz que está trabalhando com autoridades do Reino Unido para “lidar com” a questão.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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