Aéreas russas ‘estão ativamente promovendo práticas inseguras de voo’, diz Grã-Bretanha

Foto: Airbus

O secretário de Transporte britânico, Grant Shapps, disse na noite de sexta-feira (8) que companhias aéreas russas, como a Aeroflot e a S7 Airlines, membro da aliança Oneworld, estavam “promovendo ativamente práticas inseguras” e instou os cidadãos britânicos a não voarem com elas, reportou a agência de notícias Reuters.

As companhias aéreas russas já estão proibidas de voar pelo espaço aéreo do Reino Unido como parte de uma série de sanções econômicas impostas a Moscou pelo governo britânico. A Autoridade de Aviação Civil Britânica (CAA) decidiu agora que todas as transportadoras russas também devem ser adicionadas à chamada Lista de Segurança Aérea.

A Lista de Segurança Aérea é composta por companhias aéreas que não atendem aos padrões internacionais de segurança. As companhias aéreas apresentadas na lista estão completamente proibidas de voar para o Reino Unido ou são fortemente restritas em suas operações.

A CAA criou sua própria lista de empresas banidas depois que o Reino Unido deixou a União Europeia, mas a maioria das companhias aéreas proibidas também está na Lista de Segurança Aérea da UE. No final de 2021, cerca de 97 companhias aéreas de 15 países diferentes foram proibidas de voar na Europa devido a sérias preocupações de segurança.

O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a proibir as companhias aéreas russas de usar seu espaço aéreo após a invasão da Ucrânia pelo presidente Putin. Em 25 de março, cerca de 36 países haviam fechado seu espaço aéreo em protesto contra o conflito na Ucrânia.

Juntamente com o fechamento do espaço aéreo para as companhias aéreas russas, os países também impuseram sanções econômicas à indústria aeroespacial da Rússia, incluindo a proibição de exportar peças de reposição de aeronaves para a Rússia ou oferecer serviços de seguro para transportadoras no país.

A Rússia foi forçada a suspender quase todos os voos internacionais após as sanções, mas nos últimos dias o primeiro-ministro Mikhail Mishustin disse que o país planeja reiniciar os serviços para 52 ‘países amigos’, assim chamados porque não proibiram os voos dos aviões russos.

Apesar do risco de locadores de aeronaves tentarem recuperar aviões em países estrangeiros, Mishustin afirma que a Rússia poderá, em breve, reiniciar os serviços para países como África do Sul, Argentina e Paquistão.

Há temores, no entanto, de que, sem acesso a peças de reposição e serviços de manutenção, as companhias aéreas russas possam representar um risco à segurança.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), entidade que representa empresas aéreas de todo o mundo, afirma que levará dois meses para que a extensão da interrupção comece a se tornar aparente. A IATA expressou oposição a sanções sobre peças de reposição e manutenção por temores de segurança.  

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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