Aerocivil aprova a integração da Viva com a Avianca, mas impõe uma série de condições

Foto por Clément Alloing / AEROIN

Finalmente, e após meses de tramitação, a autoridade aeronáutica colombiana – Aerocivil – aprovou o pedido de integração da Viva e da Avianca, o que permitiria à low cost manter postos de trabalho e retomar os seus voos. Embora as condições em que a Viva receba a confirmação da aprovação não sejam as melhores ou as esperadas no momento da apresentação do pedido, a medida terá impacto em toda a aviação comercial colombiana.

Nas últimas semanas, a empresa havia indicado que continuava negociando com seus credores apesar da paralisação das operações, e o fluxo de dinheiro da Avianca poderia permitir o retorno dos voos regulares da Viva no curto prazo. Esta medida vai aliviar os passageiros afetados pelo seu encerramento temporário.

A autoridade aeronáutica, porém, não concedeu a aprovação sem condições: como era de se esperar, teve de atender às exigências dos operadores que se manifestaram para garantir que a integração não atrapalhasse a concorrência, detalha o Aviacionline.

Assim, a Aerocivil impôs que frequências de ida e volta da Viva-Avianca em algumas rotas tivessem liberados slots de operação no aeroporto da capital colombiana, que os bilhetes adquiridos fossem honrados, que fosse mantido o esquema de baixo custo da Viva e que fosse estabelecido um limite de tarifas ser estabelecido nas rotas em que a empresa integrada tenha a operação efetiva.

A questão, no entanto, permanece: faz sentido para a Avianca injetar capital na Viva e integrá-la, ou prefere esperar seu colapso final e adquirir – se puder e quiser – os ativos que retêm valor ao preço de liquidação?

A resposta não parece simples: embora do ponto de vista da comunicação, a Avianca sempre tenha sustentado que a única solução para a Viva era a integração – embora existam players do setor que afirmam abertamente que a Avianca já controlava a Viva desde 2022 -, deixando a empresa morrer permitirá preservar os espaços do aeroporto que havia concordado em renunciar para obter o controle.

Hoje, poderia manter aqueles cobiçados slots de operação e as rotas que estava disposta a sacrificar porque não há companhia aérea para ocupar, na realidade da operação diária. Na segunda-feira, 13 de março, Estuardo Ortiz, CEO da JetSMART, disse que a holding sul-americana que faz parte da Indigo Partners havia abandonado a intenção de comprá-la.

Portanto, o futuro do Viva ainda é incerto: resta saber quais serão as reações do mercado à aprovação e quais serão os próximos passos para o baixo custo na Colômbia .

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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