Aeromoça de 86 anos de idade entra para o livro dos recordes

O Guinness World Records reconheceu, na semana passada, uma americana de 86 anos como a comissária de bordo mais antiga em atividade. A mulher é Bette Nash, que atua na American Airlines há 65 anos. Natural de Boston, Massachusetts, ela começou sua carreira como comissária de bordo em 1957, o mesmo ano do lançamento do primeiro satélite artificial.

Ao longo de tantas décadas, Nash foi testemunha ocular de várias eras da aviação mundial. Atraída pelo glamour de voar, sua paixão foi despertada durante um voo da extinta empresa TWA, enquanto ela acompanhava sua mãe num voo partindo de Washington. Vendo as comissárias e os pilotos trabalhando, ela sentiu que aquele era seu sonho.

Os anos passaram e Nash começou sua carreira na Eastern Airlines em 4 de novembro de 1957. Desde então, nunca mais parou de voar.

Por sua senioridade, ela era livre para escolher qualquer rota de sua preferência, mas, durante a maior parte de sua carreira, ela foi leal ao trecho entre Nova Iorque, Boston e Washington. Nessa rota, ela ficou conhecida e reconhecida pelos passageiros, vindo a receber inúmeras congratulações e prêmios da empresa.

Sua escolha por essa “ponte-aérea” não é um luxo, mas deve-se ao fato dela poder estar em casa todas as noites com o filho portador de deficiência e, até hoje, cuidado pela mãe octogenária.

As mudanças na aviação

Ao longo das décadas, Nash viu muitas mudanças no mundo da aviação. Voar hoje está muito longe do estilo das luvas brancas da era de ouro de que ela se lembra. Quando voou pela primeira vez, os aviões eram um lugar de luxo, uma espécie de festa sofisticada no ar, onde todos vestiam suas melhores roupas e comiam lagosta em porcelana de verdade.

De acordo com Nash, naquela época, as companhias aéreas também tinham uma esteticista para ensinar as comissárias de bordo sobre maquiagem. Diz que o rímel era permitido, mas a sombra, não. Além disso, o peso era controlado diariamente e confessa que odiava essa parte.

Ela também viveu as diferentes fases da moda a bordo das aeronaves, passando do visual superconservador até os uniformes mais extravagantes dos anos 1970 e a volta ao clássico anos mais tarde. Hoje em dia, ela acredita que há uma grande diversidade, até por conta do momento do mundo hoje, do acesso à informação, mas que os comissários ainda vivem no imaginário de muita gente.

Ela acha que a figura do comissário de bordo é insubstituível por máquinas, seja pela questão da segurança, seja pela simpatia, valorizada por muita gente. Ainda hoje, ela se sente como no primeiro dia de trabalho, empolgada por entrar num avião e receber seus clientes, muitos dos quais ela conhece há muitos anos.

Realmente, trabalhar 65 anos é para poucos e sua história agora fica eternizada por um registro memorável no Livro dos Recordes.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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