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Aeronave agrícola remotamente pilotada é usada em ação na conservação da Mata Atlântica no Vale do Ribeira

Imagem de fundo: Divulgação / Destaque: sementes sendo lançadas, em cena do vídeo abaixo

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) destaca nesta semana que a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (Fundação Florestal) festejou em agosto o lançamento de mais 10 toneladas de sementes de palmeira-jussara (Euterpe edulis) em cinco Unidades de Conservação (UCs) do Vale do Ribeira, no sul do estado.

Sementes, neste caso, lançadas por um aparelho remotamente pilotado (RPA, na sigla em inglês) desenvolvido pela SarDrones, de Ribeirão Preto. Até o final do ano, a previsão é lançar 22 toneladas de sementes em 440 hectares de áreas nativas, revezando as operações entre o helicóptero do Estado (em áreas mais extensas) e os aparelhos da SarDrones na região.

Conforme explica o sócio diretor da empresa, Luis Gustavo Silva Scarpari, por conta disso a SarDrones já trabalha no desenvolvimento de um drone maior, com capacidade para 40 quilos de carga. O Sindag ressalta que essa é uma característica marcante da empresa aeroagrícola: ela desenvolve e fabrica os próprios drones para suas operações.

Fundada em 2018 e especializada no controle biológico de pragas, foi justamente esse dinamismo que motivou o convite da própria Fundação Florestal para que a empresa participasse da licitação do Programa Juçara, que promove o reflorestamento da palmeira nativa.

“Há uns três anos eles nos acharam pela internet e perguntaram se poderíamos fazer dispersão de sementes. A gente não fazia, ainda. Mas eu disse que era possível”, recorda Scarpari. Empresa então começou a projetar um equipamento para o lançamento de sementes e participou da concorrência pública da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (que abrange a Fundação Florestar), conseguindo oferecer o melhor preço e vencendo a disputa.

Desde então, os aparelhos da SarDrones vêm dividindo as missões de semeadura com o helicóptero do Estado. As sementes lançadas em agosto cobriram áreas (de 40 hectares cada) nos Parques Estaduais Lagamar de Cananéia (Pecl), Turístico do Alto Ribeira (Petar), Intervales (Pei), Nascentes do Paranapanema (Penap) e Carlos Botelho (PECB).

Além disso, só entre 2021 e 2022, o projeto já havia repovoado 620 hectares em Unidades de Conservação, sendo 20 polígonos em 11 UCs do Vale do Ribeira e núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar, resultando no lançamento de 31 toneladas de sementes.

A preservação da palmeira-juçara está diretamente ligada à manutenção da biodiversidade nas reservas ecológicas. A semente da árvore e seu fruto servem de alimento para mais de 68 espécies, entre aves e mamíferos. Nesse ciclo, tucanos, jacutingas, jacus, sabiás e arapongas são os principais responsáveis pela dispersão das sementes, gerando um círculo virtuoso de conservação, enquanto cotias, antas, catetos, esquilos e outros animais se beneficiam das sementes e frutos.

Para completar, o Programa Juçara ainda beneficia a população local, já que a compra de sementes é feita diretamente de moradores. Com isso, a estratégia é também desestimular o corte da palmeira para a extração do palmito.

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