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Um incidente em voo envolvendo uma aeronave da Latam ocorreu no último sábado, dia 22 de maio, levando o jato a realizar uma descida emergencial e um pouso alternado no Rio de Janeiro.
A aeronave em questão foi o Airbus A320-200 registrado sob a matrícula PR-MHA, que estava realizando um voo regular entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, até o Aeroporto Internacional de Vitória, no Espírito Santo.
Com 162 passageiros e 6 tripulantes, o voo de número LA3216 decolou de São Paulo por volta das 18h (horário de Brasília) e subiu sem intercorrências para o nível de cruzeiro.
Entretanto, segundo informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), em seu caminho mantendo o nível FL370 (altitude de cerca de 37.000 pés, ou 11.300 metros), o Airbus reportou aos pilotos uma mensagem de pressão anormal na bleed nº2 (AIR ENG 2 BLEED ABNORM PR). A bleed é a válvula responsável por controlar o fluxo de ar sangrado da seção de compressão do motor para a pressurização da aeronave.
Com o indicativo de falha ou mau funcionamento, os pilotos efetuaram os procedimentos padrão aplicáveis e consultaram a checklist relacionada à pane nos manuais da aeronave, quando houve uma nova indicação, agora de High Temperature (Alta Temperatura) na Pack nº1, seguida da mensagem de falha em ambas as bleeds nº1 e nº2 (AIR ENG 1+2 BLEED FAULT). A Pack é um componente que se relaciona ao sistema de ar condicionado da aeronave e também tem ligação com o ar pressurizado proveniente do motor.
Como consequência da pane nas duas válvulas relacionadas à pressurização do A320, às 18h40, sobrevoando a cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, os pilotos do Airbus iniciaram os procedimentos de descida de emergência, com a liberação de máscaras de oxigênio para a tripulação e passageiros.
O voo alternou sua rota para o aeroporto mais próximo. Dados obtidos através da plataforma do RadarBox mostram o desvio da trajetória, rumo ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Nos dados também é possível ver que, em 8 minutos, a aeronave desceu de 36.000 pés para 11.000 pés, nivelando e retornando a caminho do aeroporto.
A aeronave pousou em segurança na pista 15 do Galeão, cerca de 45 minutos após deixar o FL370, sem nenhuma consequência à saúde de todos a bordo. Ainda segundo dados do RadarBox, a aeronave permaneceu em solo até hoje, dia 25 de maio, quando saiu do Rio de Janeiro para translado com destino a São Paulo e depois assumiu um voo regular para Curitiba sem novas intercorrências.
Um passageiro que estava a bordo da aeronave no momento da descompressão relatou ao AEROIN que “A aeronave Airbus A320 teve que descer rapidamente com um pânico geral, com máscaras de oxigênio e retornou ao Galeão“. O passageiro ainda relata que foi “um trauma muito grande”.
Apesar da experiência do passageiro e da situação que, para alguns, pode ser assustadora devido à liberação das máscaras de oxigênio, o procedimento é padrão e completamente correspondente ao que se espera para a situação apresentada.
Diante de uma falha de pressurização, os pilotos são treinados para imediatamente descerem a aeronave para uma altitude em que haja maior conforto ao corpo humano em relação à pressão externa. As máscaras de oxigênio, por sua vez, têm por objetivo garantir que todos a bordo tenham o nível adequado do gás em seu organismo até a aeronave chegar à altitude reduzida.
Em nota ao AEROIN sobre o incidente, a companhia aérea declara o seguinte:
“A LATAM Airlines Brasil informa que o voo LA 3216 (São Paulo/Guarulhos-Vitória), do último sábado (22), alternou para o aeroporto do Galeão/Rio de Janeiro por necessidade de manutenção não programada. A aeronave pousou em total segurança às 19h18. O voo foi reprogramado e decolou para o destino final às 23h, pousando em completa segurança às 23h48.
“A LATAM lamenta os transtornos causados e esclarece que está trabalhando junto às autoridades competentes no processo investigativo. Por fim, reitera que a segurança é um valor imprescindível e, sobretudo, todas as suas decisões visam garantir uma operação segura.“
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