Desde o surgimento e consolidação do aeroporto Presidente Itamar Franco, também conhecido como aeroporto Regional da Zona da Mata, na década de 1990, atendendo diversos munícipios da microrregião de Juiz de Fora (MG), o aeroporto da Serrinha, localizado na cidade mineira entrou em um período com queda em sua movimentação, completando no próximo mês nove anos sem voos comerciais.
O terminal da Serrinha, inaugurado em 1958 e batizado com o nome de Francisco Álvares de Assis, um dos proprietários da Companhia Mineira de Eletricidade na época, está sem voos comerciais desde abril de 2014, quando a Azul Linhas Aéreas encerrou suas operações que ligavam o aeroporto juiz-forano até a capital mineira, Belo Horizonte.
Expectativas da volta das operações
Segundo informações do g1, o terminal administrado pela Infraero, empresa estatal brasileira ligada à Secretaria de Aviação Civil (SAC) e ao Ministério de Portos e Aeroportos, espera voltar a operar voos comerciais no segundo semestre de 2023, já que a empresa gestora do sítio aeroportuário tem até o final de julho para realizar uma série de mudanças e melhorias, possibilitando pousos e decolagens de aeronaves de grande porte.
Atualmente, o aeroporto só tem autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar voos comerciais com aeronaves de até 19 assentos, impossibilitando a operação de aviões muito utilizados na aviação regional brasileira, como o ATR-72, que possuí 74 assentos.
Após realizadas essas melhorias, o aeroporto da Serrinha estaria habilitado para receber voos comerciais, afirma o gerente do terminal, Gustavo Schild em entrevista à TV Integração, afiliada à TV Globo na região: “Vamos fazer um projeto técnico, que será executado através da repintura da pista e do pátio. Ele possibilitará a liberação de aviões de maior porte“, afirma Gustavo.
De acordo com informações da Infraero, atualmente o aeroporto recebe cerca de 400 voos por mês, que variam entre executivos, militares e aeromédicos e que geram uma receita de aproximadamente R$ 27 mil por mês, destinados totalmente à prefeitura do município.
O que dizem as autoridades sobre?
Apesar das expectativas, em nota para o g1 a Infraero afirmou que cabe e é de responsabilidade das companhias aéreas a decisão da implementação, ou não, de voos no local: “A Infraero mantém constante diálogo com as companhias aéreas e está cumprindo o contrato para viabilizar os voos“, afirma a empresa pública.
Já a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, atualmente administrada pela prefeita Margarida Salomão (PT), endossou a fala da Infraero e as melhorias que estão sendo realizadas pela empresa no terminal: “O aeroporto está passando pelo processo de regulamentação do espaço aéreo junto aos órgãos reguladores. Atualmente a Infraero está trabalhando para melhorar a estrutura do aeroporto. Estão tomando todas medidas para fazer a regularização do aeroporto, para que ele possa voltar a operar com voos comerciais e assim atender a população, a perspectiva é de retorno em breve“, afirma o executivo municipal.
Concorrência forte em apenas 62 km
Vale lembrar que em apenas 62 km, ou 1 hora e 12 minutos de viagem de carro, fica localizado o aeroporto da Zona da Mata, entre os municípios de Goianá e Rio Novo, como citado no início da matéria.
O aeroporto, que foi idealizado para atender a região, conta com a operação das empresas Azul Linhas Aéreas, com voos diários para o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP); a Gol Linhas Aéreas Inteligentes – em parceria com a VoePass – para o aeroporto de São Paulo/Guarulhos (SP) e a LATAM, também com voos diários para o Aeroporto de Guarulhos (SP), gerando uma forte concorrência ao aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora, e até uma dúvida sobre a necessidade de voos comerciais no local.
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