Dia 18 de julho, o Aeroporto de Brasília volta a realizar as operações paralelas simultâneas independentes das pistas. Em março deste ano o procedimento havia sido interrompido.
“Após estudar os relatos dos voos, refizemos todas as análises de risco necessárias para ativarmos as operações paralelas simultâneas independentes. Uma das mudanças foi que cada pista do aeroporto agora possui uma carta de procedimento diferente para eliminarmos qualquer erro de programação”, explica o Brigadeiro do Ar, Gustavo Adolfo Camargo de Oliveira, comandante do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo. Outra alteração que se mantém preferencialmente, mas não como regra única, é a orientação das pistas: voos com destinos ao Sul e Sudeste utilizarão a pista da direita, voos para as regiões Norte e Nordeste utilizarão a pista da esquerda.
Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), órgão ligado a Aeronáutica, a operação simultânea das pistas é totalmente segura. Hoje a Torre de Controle do Terminal se dividiu em duas, como se dois aeroportos estivessem sendo controlados ao mesmo tempo. Uma equipe é responsável pela pista Norte e outra pela pista Sul, o que melhora a dinâmica de trabalho e a responsabilidade.
“O procedimento é seguro e realizado em diversos países e traz vantagens tanto para as companhias aéreas quanto para passageiros, os mais beneficiados com a operação. Nosso objetivo é trazer mais eficiência operacional ao aeroporto que é um dos maiores hubs (ponto de conexão) do Brasil. A operação simultânea evita formação de filas de aeronaves nas taxiways, diminui o tempo de espera do voo, o que reduz o gasto de combustível, e contribui para a pontualidade”, esclarece o Brigadeiro.
O Terminal brasiliense é o único do país que possui pistas paralelas com uma distância segura para realizar pousos ou decolagens simultâneas independentes. As pistas têm 3.300×45 e 3.200×45 com uma separação entre elas de 1,8km, 500 metros a mais do que o exigido pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). O Aeroporto de Brasília é o segundo maior terminal do país em movimentação de passageiros, com uma média de 500 movimentos aéreos por dia.
Atualmente, o aeroporto tem capacidade para realizar um pouso ou decolagem por minuto, com a operação independente essa capacidade pode ser ampliada para até 80 movimentos aéreos por hora, aumentando ainda mais a produtividade do aeroporto.
Para o presidente da Inframerica Daniel Ketchibachian, a operação que dá independência às duas pistas abre oportunidades de novos negócios e possibilidades de mais rotas e destinos para os passageiros. “Nos horários mais concorridos das 8h às 11h e de 17h às 21h, os passageiros poderão ter uma variedade maior de voos. Além disso, o aeroporto ganha em eficiência no processamento de aeronaves, e em pontualidade, o que gera uma economia para as companhias aéreas e consequentemente um ganho para os usuários“, comenta Ketchibachian.
A nova infraestrutura do Terminal foi ponto determinante para que as operações ocorressem. “A construção do segundo viaduto de aeronaves e as adequações da infraestrutura para pousos com equipamentos de precisão, chamados de ILS, pela Inframerica foi crucial para começarmos a investir na nova operação. Sem ela, mesmo com as pistas tendo a disposição adequada para o procedimento, não seria possível a realização. O investimento feito pela concessionária foi essencial para o crescimento e modernização do Aeroporto”, afirma o brigadeiro.
Com um investimento de mais de R$ 1,5 bilhão, a Inframerica duplicou o tamanho do aeroporto, possibilitando a entrada de mais voos para o Terminal e trazendo mais conforto e variedade para os passageiros. “Fizemos um grande investimento na área operacional do Aeroporto (onde ficam as aeronaves) área que o passageiro não tem muito contato, não vê, mas que foi essencial para melhorarmos o rendimento operacional do aeródromo. Desenvolvemos novas saídas de taxiamento para as aeronaves, novas vagas de estacionamento para os aviões, além da modernização dos equipamentos de monitoramento”, conta o presidente da Inframerica.
A partir do dia 18 de agosto iniciam as operações de decolagens simultâneas independentes no Aeroporto de Brasília. O procedimento ficará em observação por 30 dias.
Treinamento e Investimento
Há três anos o DECEA vem trabalhando para que o Aeroporto de Brasília começasse as operações paralelas simultâneas independentes das pistas.
Depois de muito estudo em 12 de novembro de 2015, a operação de decolagens simultâneas independentes entrou em vigor no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e foi suspensa em 04 de março de 2016.
Para a retomada das operações simultâneas independentes no dia 18 de julho, os controladores passaram por uma reciclagem e os controladores de tráfego aéreo foram treinados em simuladores. Houve também a divulgação da circular de informações aeronáuticas, redesenho e publicação das cartas de aproximação e partida do Aeroporto.
Exemplo que vem de fora
As operações simultâneas em pistas paralelas acontecem em alguns aeroportos do mundo. A maioria deles é conhecido por ser um grande hub, como é o caso do Aeroporto de Hartsfield-Jackson, em Atlanta, nos Estados Unidos, um dos aeródromos mais movimentados do mundo.
O Terminal possui cinco pistas, sendo que três delas operam simultaneamente. Quase 100 milhões de pessoas passaram pelo aeroporto em 2015. Receber tantos passageiros só é possível devido a essa operação.
Além do terminal americano, outros aeroportos como o de Beijing, na China, Heathrow, na Inglaterra, Indira Gandhi, na índia, também trabalham com operações simultâneas.
Da Assessoria de Imprensa