Um impasse entre um aeroporto e uma empresa aérea se arrastou por duas semanas após o primeiro não permitir que a segunda realizasse o tradicional batismo de aviação com jatos de água e, por consequência, receber amplas críticas não apenas sobre o tratamento dado a ela, mas também à posterior atitude de tentar contornar a situação.
Conforme reportado pela mídia local, o Arewa Youth Consultative Forum (AYCF), uma plataforma dedicada à proteção dos interesses do povo Arewa, do norte da Nigéria, afirmou seu apoio à companhia aérea nigeriana Air Peace após esta ter sido impedida de receber a tradicional saudação de água no Aeroporto Gatwick, de Londres, Inglaterra.
O voo inaugural da empresa, com um Boeing 777, pousou em 30 de março no aeroporto inglês, mas somente na última quarta-feira, 10 de abril, é que Gatwick fez menção em suas redes sociais sobre a estreia da operação, com um vídeo do jato taxiando pelo pátio. A publicação tardia, porém, apenas gerou ainda mais críticas.
Exciting news! We recently welcomed Nigerian carrier @flyairpeace to the London Gatwick family, flying daily to Lagos 🇳🇬
— London Gatwick LGW (@Gatwick_Airport) April 10, 2024
Perfect for reconnecting with friends and loved ones or for business travellers, embark on your next journey from London Gatwick to Lagos with Air Peace. Book… pic.twitter.com/R0cBknl4aS
O Presidente Geral do AYCF, Sr. Yerima Shettima, disse, em um comunicado disponibilizado à Agência de Notícias da Nigéria (NAN) na sexta-feira, 12 de abril, que o fórum percebeu a negação das autoridades do Aeroporto em relação à tradição de inauguração de novos voos, e que isso foi um gesto intimidante e desnecessário.
Ele ainda disse que a recusa em atender ao pedido da Air Peace para uma saudação com água, seguida da ação realizada para outra companhia aérea dois dias depois, foi nada menos que hostilidade.
“O AYCF se posiciona firmemente contra tais práticas discriminatórias. O tratamento que a Air Peace recebeu em seu dia inaugural foi deplorável, com uma área de check-in disfuncional que dificultava a experiência dos passageiros devido a um carrossel (de restituição de bagagem) não operacional. É uma demonstração vergonhosa de preconceito e falta de profissionalismo, para as autoridades do Aeroporto de Gatwick decidirem repentinamente dar as boas-vindas à Air Peace quase duas semanas após o incidente. Esta resposta tardia cheira a falta de sinceridade e é um insulto a todos os nigerianos bem-intencionados”, disse Shettima.
Por outro lado, o AYCF “reconheceu e apreciou o apoio esmagador dos nigerianos de todas as tribos e etnias, que se uniram em apoio à Air Peace, demonstrando unidade contra tais artimanhas”.
Ele elogiou o apoio de todos os nigerianos bem-intencionados, que começou a dar frutos ao chamar a atenção para a questão.
“O AYCF exige tratamento justo e oportunidades iguais para todas as companhias aéreas que operam na Nigéria. É imperativo que as autoridades do Aeroporto de Gatwick retifiquem as suas ações e peçam desculpas pelo tratamento injustificado que a Air Peace enfrentou. Continuamos empenhados em defender os direitos das empresas nigerianas e em apoiar todas as organizações que enfrentam tratamento injusto”, disse ele.
Shettima finalizou apelando à comunidade internacional, às figuras públicas e às organizações juvenis para que se unissem na condenação das ações.
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