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Aeroporto Santos Dumont tem licença de obras cassada em comissão da Alerj

Aeroporto Santos Dumont Pátio Gol TAM
Aeroporto Santos Dumont – Imagem: Joao Carlos Medau / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou em discussão única, na última quinta-feira, 16 de dezembro, o Projeto de Decreto Legislativo 65/21, de autoria do deputado André Ceciliano (PT), presidente da Casa, que cancela a Licença Prévia IN052107, emitida pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), para ampliar as pistas de pouso e decolagem do Aeroporto Santos Dumont. A medida será promulgada pelo presidente da Casa e publicada no Diário Oficial do Legislativo dos próximos dias.

A derrubada da licença é uma estratégia para ser reavaliado o modelo de concessão do aeroporto do Centro da capital, considerada prejudicial para a economia do estado por esvaziar o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão). Ceciliano argumenta que a licença é ilegal porque prevê que a ampliação da pista do terminal seja feita com a instalação de estacas, com o aterramento parcial do espelho d´água da Baía de Guanabara. O argumento é de que esse tipo de construção é vedada tanto pela Constituição Federal quanto pela Lei estadual 1.700/90.

“Essas legislações já impediram, anteriormente, a ampliação das pistas do aeroporto do Galeão e a construção de estruturas na Marina da Glória”, justificou Ceciliano, explicando que as obras estão sendo propostas para supervalorizar a privatização do aeroporto, que poderá operar voos internacionais e ter a grade de voos nacional ampliada.

Em audiências públicas e reuniões, especialistas e atores políticos vêm apontado como o modelo de privatização proposto pode “canibalizar” o Aeroporto Tom Jobim (Galeão) e desequilibrar a estrutura econômica de todo o estado.

“Eu não sou contra a concessão do Santos Dumont, mas da forma que está sendo conduzida, ela vai quebrar o Galeão. E nós vamos ter um aeroporto internacional fechado, o que é um contra-senso. Se não tem volume regional, não tem volume internacional; se não tem volume internacional, não tem saída de mercadoria. O próprio Governo Federal se prejudica, já que detém quase metade da concessão do Galeão, aeroporto que já gerou mais de 20 mil empregos. Não dá pra entender esse modelo”, criticou Ceciliano em plenário.

O deputado Waldeck Carneiro (PT) ainda explicou que a concessão da licença não seguiu os trâmites obrigatórios. “Para haver uma licença dessa natureza, alguns procedimentos deveriam ter sido realizados, como audiências públicas. Só por isso o licenciamento deveria ter sido tornado sem efeito”, comentou. “O Santos Dumont tem uma vocação regional e o Galeão, uma vocação internacional. Isso não pode ser alterado”, defendeu.

O deputado Alexandre Knoploch (PSL) lembrou que, no leilão do Galeão, foram obrigados mais de R$ 10 bilhões em investimentos para empresa que arrematasse o aeroporto. “Agora nós vamos mudar as condições do aeroporto? Vamos falar pra empresa que os voos internacionais vão acabar porque agora o HUB do Rio de Janeiro pode ser em Campinas, São Paulo ou Fortaleza?”, criticou o deputado. “O Santos Dumont não foi projetado para voos regionais longos porque são precisas naves maiores, que não conseguem pousar naquele aeroporto”, explicou.

Também assinam como coautores os deputados Luiz Paulo (Cidadania), Martha Rocha (PDT), Dionísio Lins (PP), Samuel Malafaia (DEM), Gustavo Schmidt (PSL), Bruno Dauaire (PSC), Val Ceasa (Patriota) Zeidan (PT), Bebeto (Pode), Brazão (PL), Carlos Minc (PSB), Valdecy da Saúde (PTC), Lucinha (PSDB), Eurico Jr. (PV), Enfermeira Rejane (PCdoB), Delegado Carlos Augusto (PSD), Jair Bittencourt (PP), Dr Deodalto (DEM), Wellington José (PMB), Ronaldo Anquieta (MDB) e Sérgio Fernandes (PDT).

Informações da Alerj

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