Aeroportos pedem que governos evitem reintroduzir medidas restritivas de viagens

Foto: Inframerica

O Conselho Internacional de Aeroportos para a América Latina e o Caribe (ACI-LAC) recomendou aos governos que evitem reintroduzir medidas restritivas às viagens aéreas para não comprometer a recuperação da industria da aviação e turismo.

Durante 2021, os importantes avanços na vacinação foram acompanhados pela eliminação de muitas das medidas restritivas ao transporte aéreo em todos os países da nossa região, traduzindo-se numa melhoria progressiva na recuperação do tráfego aéreo. Enquanto em janeiro de 2021 o tráfego nos aeroportos latino-americanos representava 45% do mesmo mês de 2019, em novembro a recuperação representou 73%.

No entanto, o aparecimento da variante Ômicron nas últimas semanas mostrou que nada pode ser dado como garantido e que nosso caminho para a recuperação continua frágil.

“A revisão de nossas expectativas dependerá, acima de tudo, de reações precipitadas ou não por parte dos governos. A Ômicron está rapidamente se tornando a variante dominante na maioria dos países e, de acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), as restrições de viagem são ineficazes do ponto de vista da saúde pública e muito prejudiciais econômica e socialmente”, diz a ACI-LAC em nota.

Um estudo realizado pelas consultorias Oxera e Edge Health sobre o impacto das restrições de viagens aéreas na disseminação de variantes no Reino Unido mostrou que as restrições de viagem são ineficazes na prevenção da disseminação de uma nova variante e que a penas a retardam um pouco.

Da mesma forma, este estudo mostra que os requisitos de testes adicionais estabelecidos pelo governo britânico não tiveram efeito na prevenção da disseminação da Ômicron, concluindo que, uma vez que a variante esteja presente em um território, as restrições de viagem não servem para impedir sua disseminação.

Os países devem continuar a aplicar uma abordagem baseada em evidências e riscos ao implementar medidas de viagem. Além disso, restabelecer a proibição de viagem não é apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As proibições gerais de viagens não impedirão a propagação internacional e impõem um pesado fardo às vidas e meios de subsistência.

Da mesma forma, todos os países devem garantir que as medidas sejam revisadas e atualizadas periodicamente quando novas evidências sobre as características epidemiológicas e clínicas da Ômicron ou qualquer outra variante estiverem disponíveis.

Segundo Rafael Echevarne, diretor-geral da ACI-LAC, “o transporte aéreo tem se mostrado um meio de transporte seguro e os aeroportos latino-americanos têm sido muito responsáveis, implementando todas as medidas recomendadas pelos organismos internacionais para prevenir o contágio. A melhor maneira de combater a Covid-19, incluídas todas as suas variantes, são a vacinação da população, o uso adequado de máscaras e os protocolos de limpeza. O transporte aéreo é essencial para o desenvolvimento econômico e social dos nossos países e não podemos pôr em risco todo o importante trabalho de recuperação que fizemos no ano passado”.

Informações da ACI

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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