Aeroportos também buscarão emissão zero de carbono até 2050, informa ACI

Aeroporto LAX Los Angeles International Airport
Imagem ilustrativa: Prayitno / CC BY 2.0, via Wikimedia Commons

O Conselho Internacional de Aeroportos (Airports Council International – ACI World) e os cinco escritórios regionais da ACI nos continentes – em colaboração com seus membros – definiram uma meta de redução de carbono de longo prazo para seus aeroportos membros:

“Os aeroportos membros da ACI em nível global se comprometem a alcançar emissões líquidas de carbono zero até 2050 e conclamam os governos a participarem desta iniciativa com o apoio necessário.”

A mudança climática é um desafio global que exige uma resposta global urgente, de acordo com o alerta recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para que se atinja a meta de emissões líquidas de carbono zero até 2050.

A meta de carbono de longo prazo da ACI está relacionada às emissões de carbono sob o controle direto dos operadores de aeroportos e será um componente crucial da contribuição da indústria da aviação para este esforço global.

Os aeroportos há muito assumem um papel de liderança na abordagem de como minimizar e mitigar os impactos ambientais da aviação. Isto tem sido demonstrado por meio de sua capacidade de reduzir as emissões nos últimos 10 anos, apoiada e habilitada pelo Programa Airport Carbon Accreditation (ACA), apesar do crescimento significativo do tráfego aéreo durante o período.

Com base no compromisso de zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, inicialmente lançado pela ACI EUROPE, em junho de 2019, a ACI definiu esta ambiciosa meta de carbono de longo prazo para impulsionar novas ações e apoiar os esforços de descarbonização dos aeroportos à medida que eles respondem ao desafio climático.

“A crise climática exige uma ação ousada em nível local, regional e global e a meta que estabelecemos para os membros dos aeroportos ajudará a impulsionar ações e identificar desafios e oportunidades comuns que podem ser enfrentados juntos”, disse o diretor-geral da ACI World, Luis Felipe de Oliveira, que complementou:

“Decidimos trabalhar com todas os escritórios regionais da ACI e nossos membros globalmente para estabelecer uma meta líquida zero em nível global que os aeroportos possam se comprometer a alcançar, e instamos os governos a fornecerem o apoio necessário para este importante empreendimento.

“A sustentabilidade de todo o setor da aviação é fundamental para o presente e o futuro da indústria, é o nosso passaporte para a retomada do crescimento, e a indústria investiu bilhões em medidas e práticas que resultaram em avanços significativos na redução de seu impacto ambiental.

“Por meio de uma combinação de novas tecnologias, eficiências operacionais e melhorias de infraestrutura, mais de dez bilhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas pela indústria desde 1990, mas devemos avançar e acelerar nossos esforços coletivos da descarbonização.

“Os aeroportos não podem, no entanto, fazer isso sozinhos e este é apenas o primeiro passo. Se pretendem atingir esta meta ambiciosa, devem trabalhar em estreita colaboração com a comunidade da aviação em geral e contar com o apoio dos governos e das principais partes interessadas para abordar, minimizar e mitigar os impactos ambientais do crescimento contínuo da aviação a longo prazo.”

Os aeroportos são parte integrante da resposta às mudanças climáticas, mas a ACI reconhece que cada aeroporto, país e região é diferente. A meta de carbono de longo prazo é um desejo ambicioso e deve ser adotada pelos aeroportos individualmente, de acordo com as condições locais, com o apoio dos governos locais, a partir de um cronograma em direção à meta de zerar as emissões líquidas até 2050 que seja adequada a eles.

Em anúncio feito durante sua recente Cúpula de Sustentabilidade da Aviação, da ACI EUROPE informou que 235 aeroportos da região se comprometeram com a meta de zero carbono até 2050, e que 91 aeroportos já definiram que atingirão a meta até 2030.

Os últimos aeroportos signatários do compromisso da ACI EUROPE são o aeroporto de Istambul (IGA), o aeroporto de Praga e o aeroporto Bruxelas Sul Charleroi (BSCA), elevando para 238 o número total de aeroportos individualmente comprometidos com esta meta na Europa.

ACI também acredita que a aviação é fundamental para a recuperação econômica global dos efeitos da pandemia de Covid-19, já que o impacto econômico global da indústria – direto, indireto, induzido e catalítico – contribui com trilhões para o produto interno bruto mundial, sustenta milhões de empregos e promove o desenvolvimento sustentável.

“ACI World e seus escritórios regionais assumem o papel de liderança na indústria da aviação na promoção do desenvolvimento que aborda ativamente os impactos ambientais, ao mesmo tempo em que garante a entrega dos indiscutíveis benefícios econômicos e sociais da aviação para as comunidades que atendemos de uma forma que promova sua sustentabilidade”, afirmou Luís Felipe de Oliveira.

“A permissão da indústria da aviação para operar e crescer só será concedida quando as comunidades que servimos forem parte integrante do trabalho que os aeroportos, a comunidade da aviação em geral e os governos estão fazendo, juntamente com uma ação climática proativa que é ainda mais crítica nos esforços de recuperação da pandemia.”

O estudo subjacente ao estabelecimento da meta foi conduzido pela ACI World com os consultores de ICF e Airbiz, patrocinado pelo Aeroporto Internacional de Hong Kong, Aeroportos de Omã, Grupo Schiphol, Aeroporto Internacional de São Francisco, Aeroporto Internacional de Seattle-Tacoma, Autoridade do Aeroporto de Vancouver e a Autoridade de Aeroportos da Grande Toronto. O estudo também foi patrocinado pela EXOLUM, World Fuel Services e Terpel.

Informações da ACI

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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