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Agência 123 Milhas será investigada na CPI de Pirâmides Financeiras

Após cancelar todos os seus pacotes de viagens em aberto, a 123 Milhas será investigada pelo crime de Pirâmide Financeira.

Foto – DepositPhotos

Pirâmide Financeira é o termo para uma associação na qual seu funcionamento depende da entrada constante de novos sócios e, para isso, condiciona o crescimento de seus membros à quantidade de pessoas recrutadas.

O caso mais famoso no Brasil é o da TelexFree, uma empresa supostamente de serviços de VOIP (similar ao Skype), que garantia bons rendimentos com a venda dos produtos telefônicos (já ultrapassados na época) e recrutamento de mais membros.

Disfarçadas de empresa de Marketing Multinível (MMN), por vezes o golpe volta a aparecer em várias formas, usando-se até de formas religiosas ou financeiras, como operações com criptomoedas.

Agora quem está na mira do governo é a 123 Milhas, que estaria operando uma espécie de Pirâmide Financeira, mas de uma maneira “nova” no mercado brasileiro.

A venda de pacotes abertos da 123, assim como da Hurb, só se tornaram populares após várias pessoas (normalmente as primeiras a comprarem) terem sucesso na viagem, o que de fato aconteceu, resultando no chamado efeito que diz que “quem entra primeiro na pirâmide chega ao topo mais rápido”.

A diferença estaria no fato de que nem a 123 e nem a Hurb coagiam clientes a recrutar outros ou condicionavam novos pacotes ou desconto para isso, mas a satisfação com uma viagem realizada com preço baixo, fazia com que muitos dos clientes recomendassem de maneira espontânea a empresa para parentes e amigos, assim como compravam novos pacotes.

Desta maneira, as agências de viagens online conseguiriam manter seu negócio sustentável, já que supostamente estariam utilizando o dinheiro dos novos pacotes vendidos para alavancagem e pagamento dos pacotes que estavam próximo da data de viagem.

O uso massivo de propagandas em aeroportos e de influencers do meio turístico para recomendar a empresa, também seriam aceleradores da popularidade da empresa e mais um argumento para ela ser considerada uma possível Pirâmide Financeira.

Por fim, a devolução anunciada agora da 123 Milhas apenas por vouchers, limitados a R$ 500 cada, onde não pode ser usado mais de um por nova compra, dá o tom de enriquecimento ilícito, já que o dinheiro dos clientes ficou retido por meses e a empresa não estaria devolvendo em conformidade como o Código de Defesa do Consumidor.

Somados estes motivos, o Deputado Federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) iniciou uma investigação da 123 Milhas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, que investiga vários casos de empresas que supostamente utilizaram deste meio para obter lucro.

Segundo o parlamentar postou em seu Twitter, “muitas famílias se programaram e agora todo o sonho vai por água a baixo“. Os donos da empresa baseada em Belo Horizonte podem ser convocados a comparecerem na CPI e, em caso de não comparecimento, podem até ser presos.

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