Agência culpa protecionismo da ANAC após deixar fãs sem voo para a final da Libertadores

Os problemas enfrentados por torcedores do Flamengo para viajarem ao Equador para a final da Libertadores não foram sua culpa, mas da agência de viagem que não tinha um voo para colocá-los. Ainda assim, a agência criticou a ANAC e um suposto protecionismo. O ponto é que a ANAC apenas cumpriu a lei.

Foto por FMARINP

Tudo começou semanas atrás, quando a Outsider Tours optou por não fretar aviões das companhias aéreas nacionais Azul e Gol, mas contratar transportes alternativos a fim de transportar seus clientes até Guayaquil, no Equador, onde será realizada a final da Copa Libertadores entre Flamengo e Athletico Paranaense, no sábado.

A Outsider tentou fazer o fretamento com empresas estrangeiras, começando pela TAAG, de Angola, que teve o pedido de voo negado pela ANAC. A negativa também foi dada para as portuguesas EuroAtlantic e HiFly.

O motivo da ANAC negar os voo é que os Acordos de Serviços Aéreos (ASA), documentos diplomáticos firmados entre Brasil e Portugal, não permitirem que voos comerciais não-regulares sejam feito por empresas portuguesas partindo do Brasil para outros países, não sendo, portanto, previstas operações em Sétima Liberdade, que é o direito de transportar tráfego de um Estado para um terceiro sem passar pelo território do Estado de bandeira da empresa (no caso, a empresa portuguesa não pode fazer voos do Brasil para o Equador).

Além disso, a ANAC salientou que havia pelo menos uma empresa aérea brasileira, a Azul, interessada nos voos e, segundo a regra, ela deve ser privilegiada. A posição da Azul foi confirmada à mídia na quinta-feira.

A agência de viagens

O fundador da agência viagens, Fernando Sampaio, por sua vez, contou outra história. Segundo o empresário, nenhuma empresa brasileira tinha disponibilidade de aeronaves (o que foi desmentindo pela Azul), e foi necessário recorrer às empresas estrangeiras. Ele afirmou que a Latam, que não queria operar o voo, indicou a portuguesa HiFly, algo negado pela empresa latina.

Segundo Sampaio, um contrato foi firmado com a HiFly, que dez dias atrás teve o pedido de voo negado pela ANAC. Ele argumentou que se tratava de um “pedido das companhias brasileiras, um protecionismo absurdo”.

Sem empresa para realizar o voo, a Outsider argumento que um vulcão ativo resultou no cancelamento de um voo fretado da LATAM, que nunca existiu.

A Azul por sua vez informou em nota que havia um contrato com a Outsider para três voos fretados, mas cancelou dois deles por falta de pagamento, mas que confirmou que o outro voo seria realizado conforme o combinado.

Fontes no setor apontam que a opção por empresas estrangeiras pela agência seria por economia, já que as brasileiras não estariam com tantos aviões disponíveis, cobrando um preço maior, seguindo a regra de Oferta e Demanda.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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