Agências dos EUA e Europa alertam sobre condição insegura no Airbus A320neo

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) emitiram Diretrizes de Aeronavegabilidade (AD) alertando sobre uma condição insegura que afeta a família Airbus A320neo e seus motores.

As ADs destacam o fato de que houve vários casos em que foi observado um problema do motor quando o combustível foi misturado com o biocida KATHON FP 1.5. Após uma investigação, os reguladores de segurança determinaram que o referido agente não deve ser mais usado, pois poderia reduzir o desempenho dos motores da família A320neo. Posteriormente, o uso do biocida pode resultar na redução do controle da aeronave.

Todas as partes do sistema de combustível ou do motor precisam ser revisadas conforme determinação da EASA, caso a empresa tenha usado essa combinação de agentes. As peças que foram limpas da maneira que o AD da EASA exige, estão isentas, bem como as peças que atingiram 30 ciclos de voo sem o uso do biocida.

No total, 163 aeronaves registradas nos Estados Unidos, são afetadas. O governo estimou que o custo total para todas as operadoras dos Estados Unidos seria de $ 337.410. De acordo com as estimativas da FAA, até 24 horas de trabalho devem ser dedicadas para corrigir a falha. 

Os procedimentos de limpeza foram detalhados pela EASA. Os engenheiros em solo precisam reabastecer a aeronave e drenar o combustível restante usando válvulas de drenagem de água. Posteriormente, fazem testes para verificar o fluxo de combustível nas posições “Aberto” e “Fechado”. Mais uma vez, todo o combustível da aeronave deve ser drenado e, em seguida, limpo para remover qualquer resíduo do biocida em questão.

Em 10 de março de 2020, o fabricante do biocida pediu a todos os usuários do KATHON FP 1.5 que interrompessem o uso.

Três incidentes foram destacados pela EASA. Num deles, em fevereiro de 2020, por exemplo, o motor esquerdo do Airbus A321 da Titan Airways sofreu picos, enquanto o motor direito apagou. A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido (CAA) concluiu que um engenheiro despejou 37 vezes a quantidade permitida de KATHON, resultando na contaminação.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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