A Air France encerrou ontem mais um capítulo na sua história, com a retirada do seu avião Airbus A340, o último quadrijato da empresa. A retirada já havia sido anunciada antes, mas a aposentadoria definitiva aconteceu de maneira discreta.
A última aeronave do modelo na frota tinha matrícula F-GLZK ainda ostentava as cores da finada subsidiária Joon, que havia sido criada para ser uma empresa de baixo-custo e de longo curso com uma abordagem especialmente voltada para os Millennials, a geração nascida entre as décadas de 80 e 90.
Pouco tempo depois, a empreitada não chegou nos resultados esperados e a marca foi deixada de lado, embora a pintura de alguns aviões permanecesse. Depois disso, a Air France reabsorveu os quatro últimos A340, que antes haviam sido repassados para a Joon.
Pouco mais de um ano após dar fim a Joon, veio o coronavírus e obrigou a empresa a cortar custos em todos os cantos possíveis.
Na frota, os cortes começaram pelos seus jatos de maior consumo, incluindo os quadrijatos A340 e A380, sendo que o último, o maior avião de passageiros do mundo, já foi aposentado totalmente em junho pela empresa francesa.
Com a pandemia, restou apenas um A340-300, que fez ontem o voo Paris – Istambul. O voo teve o número especial AF340V durante seu traslado para o antigo aeroporto da capital da Turquia, o Atatürk, que hoje só recebe voos de carga e manutenção.
Na Turquia, o jato deverá ser preservado, enquanto aguarda por um novo dono ou até mesmo para ser desmontado, virando fonte de peças para outras aeronaves ou sucata.
Rápido Histórico no mundo e no Brasil
O A340 entrou em operação na Air France em 1993, com as versões A340-200 e -300. Ao todo foram 30 unidades do jato operadas pela companhia francesa, que o empregava em muitas rotas, inclusive um longo voo doméstico entre Paris e Saint Martin, ilha das Antilhas Francesas no Caribe.
No Brasil o A340 da Air France voou por muitos anos na rota Paris – São Paulo e Rio de Janeiro. Até outubro do ano passado fez a rota Paris – Fortaleza, que foi iniciada pela Joon e continuada pela Air France. O jato chegou a ser visto em outros fretamentos pelo nordeste brasileiro ao longo dos anos.
O único acidente foi em 2005, quando durante uma forte tempestade em Toronto, no Canadá, quando os pilotos da Air France continuaram a aproximação, fazendo o pouso muito à frente da área de toque e com velocidade acima do ideal.
Isto, somado à pista molhada e à demora no acionamento dos mecanismos de freio, fizeram com que o jato saísse da pista, caindo num barranco e se incendiando em seguida. Apesar de tudo nenhuma pessoa faleceu no acidente.