Air India pode fazer um dos maiores pedidos de sua história, incluindo até 150 aviões

Foto de Aero Icarus, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

O conglomerado industrial Tata Group, atual dono da Air India, estaria perto de finalizar um pedido de até cinquenta aeronaves Airbus A350 para a companhia aérea, conforme noticiado pela Bloomberg. O acordo também incluiria até cem A321neo. A empresa poderá apresentar a mais moderna aeronave de fuselagem larga do fabricante europeu durante o primeiro trimestre de 2023.

Se o pedido for finalizado, significaria um passo importante para o fabricante no país asiático. O mercado aéreo comercial da Índia era, até o início da pandemia, o que mais crescia no mundo. As projeções atuais parecem confirmar essa tendência para os próximos anos.

Novidade

Curiosamente, diz o Aviacionline, nenhuma companhia aérea sediada no país opera aeronaves de fuselagem larga produzidas pela Airbus. A Jet Airways foi cliente do A330 até o final de suas operações. Agora, o segmento é dominado por seu principal concorrente, a Boeing. A Air India, por exemplo, opera os modelos 777-200, 777-300 e 787-8 em suas rotas de longa distância.

A Airbus domina o mercado de aeronaves de corredor único. IndiGo, Vistara, Go Airlines India e AirAsia India operam os modelos A230neo e A321neo.

Por outro lado, a operação seria a primeira do gênero da companhia aérea desde 2006, quando fez pedidos de compra de 111 aeronaves. Na época, encomendou 68 aeronaves da Boeing (incluindo unidades do 787-8) e 43 da Airbus. As entregas continuaram progressivamente até 2018.

Privatizada

Em janeiro deste ano, o Grupo Tata concluiu a absorção da Air India, que havia sido anunciada em outubro de 2021 pelo governo indiano. Três meses depois, a Airbus realizou uma turnê de demonstração e promoção do A350 na Ásia. Rémi Maillard, presidente e CEO da Airbus para a Índia e o Sul da Ásia, informou então que a empresa queria aumentar sua participação de mercado no país. Por sua vez, diretores do Grupo Tata demonstraram interesse nos produtos.

A operação seria oportuna para ambos. Por um lado, a Airbus aumentaria suas vendas. Por outro, a Air India agilizaria e impulsionaria suas operações com uma das aeronaves mais eficientes atualmente disponíveis e fortaleceria sua posição em um dos mercados com melhores perspectivas de crescimento.

As próximas semanas devem trazer novidades interessantes nesse plano indiano.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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