A Airbus fez um movimento significativo no mercado de aeronaves de missões especiais com a escolha do A321 XLR como a nova plataforma de patrulha marítima (MPA) para a Marinha Francesa, superando o Falcon 10X da Dassault. Com essa decisão, a França planeja substituir sua frota de 18 aeronaves Atlantique 2 a partir de 2030, apesar do A321 XLR ser considerado mais caro na aquisição e operação.
Como informou o Aviacionline, o Ministro das Forças Armadas da França destacou que a superior capacidade de alcance e carga útil do A321XLR o torna ideal para tarefas como patrulha marítima e guerra anti-submarina (ASW). O grande volume interno da aeronave facilita a instalação de diversos equipamentos de missão, crucial para atender a esse amplo espectro de operações.
Os Atlantique 2 (foto abaixo), apesar de modernizados, datam da década de 1980, exigindo uma substituição por plataformas mais avançadas. O A321 XLR surge como parte do programa MAWS (Maritime Airborne Warfare System), destinado a desenvolver novas soluções para patrulha marítima. Embora inicialmente concebido para atender tanto a Alemanha quanto a França, Berlim optou pelo americano P-8A Poseidon, da Boeing.
A Airbus e a Dassault foram incumbidas de apresentar propostas que permitissem colaboração europeia futura. Enquanto a Dassault preferiu a Rolls-Royce como fornecedora de motores, a Airbus conta com uma base industrial robusta na França e Espanha, tornando-a apta para produção em larga escala no continente.
O A321 MPA, recentemente exibido na Euronaval em Paris, é uma evolução baseada no A321 XLR, oferecendo mais do que o inicialmente proposto A320neo. Essa escolha visa não só a ampliação das capacidades da aeronave, mas também desafiar diretamente a Boeing, cujo P-8A Poseidon e E-7 Wedgetail têm tido sucesso no mercado graças à preferência das Forças Armadas dos EUA.
Diferentemente da Boeing, que enfrenta desafios na cadeia de suprimentos, a Airbus tem melhor controle sobre sua logística, assegurando uma previsibilidade de entrega que pode ser crucial em contratos governamentais. Além disso, a Airbus planeja explorar a plataforma A321 para outras missões, como a versão AEW&C para a Índia, posicionando-se como um competidor formidável no mercado de missões especiais.
Com seu longo alcance, flexibilidade operacional e capacidade de carga, o A321XLR pode não apenas preencher a lacuna deixada pelo Atlantique 2, mas também estabelecer um novo padrão no setor, desafiando a hegemonia da Boeing e abrindo caminho para a Airbus expandir sua presença em um mercado altamente lucrativo.
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— FdeStV (@Marsattaqueblog) November 5, 2024