Receba as notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.
Se aparentemente a Airbus parou no tempo e “perdeu o bonde” ao não desenvolver projetos modernos de aviões voltados ao transporte de cargas, ao menos seus aviões de transporte de passageiros têm começado a se mostrar uma opção interessante no mercado de conversões.
Enquanto a Boeing domina por completo o mercado de cargueiros natos de produção com os modelos 767-300F, 777F e 747-8F, o Airbus A330-300 começa a se destacar como um bom jato a ser transformado para atender ao mercado de widebodies (aviões de fuselagem larga) de transporte de encomendas de médio alcance.
Diante do aumento do interesse de empresas aéreas pelo A330-300 P2F (designação que significa Passenger to Freighter, ou Passageiro para Cargueiro), mais um importante nome do mercado de conversões anunciou que lançará a alteração para o avião. Trata-se da IAI – Israel Aerospace Industries, que já oferece diversos outros modelos de aviões convertidos.
O A330-300 já vem sendo convertido pela EFW, uma joint venture entre a ST Aerospace e a Airbus, e agora a IAI anunciou em um Simpósio da Cargo Facts neste mês de novembro que vê o modelo como um substituto provável para o 767-300F, portanto, passará a desenvolver o projeto para incluir o Airbus em seu portifólio.
Para termos uma noção das capacidades dos dois modelos, segundo dados da Boeing o 767-300F puro de fábrica leva até 52,5 toneladas a uma distância de 6.025 km, enquanto segundo a EFW o A330-300 P2F leva até 61 toneladas a uma distância de 6.667 km, uma clara vantagem do Airbus.
Mas, além desse melhor desempenho do A330, o modelo ainda possui tecnologias um pouco mais modernas do que o bem mais antigo projeto do 767, o que o torna um candidato a permanecer por tempo atualizado para continuar em serviço.
Se a Airbus não tem se beneficiado da venda de novos aviões para o mercado cargueiro, ao menos com esse ganho de relevância das conversões do A330-300 a fabricante deve aproveitar um tempo mais longo de vida operacional dos aviões, o que se reflete, por exemplo, em maior volume de venda de peças de reposição e serviços de apoio de gestão de frota e manutenção.