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Airbus culpa pilotos em julgamento de acidente do voo 447 e Air France rebate

O acidente do voo Air France 447 teve seu julgamento iniciado esta semana, 13 anos depois da queda, mas o clima continua tenso com troca de acusações entre a Airbus e a companhia aérea.

Foto – Marinha do Brasil

A tragédia aconteceu em 2009 com um Airbus A330-200 da Air France que voava entre o Rio de Janeiro e Paris, sendo esse o maior acidente aéreo envolvendo um voo que saiu do Brasil. Durante a viagem, um dos sensores de velocidade da aeronave congelou, passando informações erradas aos pilotos, que por sua vez reagiram de maneira equivocada, colocando ao mar o avião e seus 228 ocupantes.

No primeiro dia de julgamento, segundo a Reuters, a Airbus acusou os piloto de terem errado, já que um outro sensor estaria funcionando de maneira correta e os tripulantes não souberam interpretá-lo da maneira adequada, diante da divergência de informações.

A investigação aeronáutica também apontou que os tripulantes não foram corretamente informados de possíveis problemas com o congelamento do sensor e que a Airbus não teria agido da maneira adequada para avisar e solucionar o problema, que também ocorria em outras aeronaves e outras empresas aéreas.

Já a Air France acusa a Airbus exatamente pela divergência de dados e o excesso de alarmes, que confundiram os seus pilotos. As duas empresas estão sendo julgadas por homicídio culposo, quando a intenção dos autores não foi de matar as pessoas.

As famílias das vítimas, por sua vez, ficaram revoltadas com o início do julgamento. “É um julgamento que as vítimas devem ser o centro das discussões, não queremos que a Airbus ou a Air France transformem isso numa conferência de engenheiros”, afirmou o advogado Sebastien Busy, que defende a família das vítimas.

Outro ponto polêmico é a multa máxima que pode ser colocada nas empresas caso ela sejam condenadas: €225 mil euros (R$1,13 milhão). Segundo as famílias das vítimas, o valor é insignificante, sendo equivalente a apenas dois minutos de lucro da Airbus, ou cinco minutos de lucro da Air France, considerando o lucro anual das empresas antes da pandemia e dividido por minutos de um ano.

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