Airbus e Boeing buscam mão de obra na Índia para acelerar entregas de aviões

Divulgação – Airbus

A Airbus e a Boeing estão expandindo sua busca por engenheiros na Índia para atender à crescente demanda por aeronaves e expandir sua presença naquele país, uma das maiores economias do mundo, segundo um relatório da Bloomberg, no momento em que o país asiático que está tentando se posicionar como uma base de manufatura de aviação. 

Cerca de 1,5 milhão de novos engenheiros se formam a cada ano na Índia, portanto, ambas as empresas veem a Índia como uma fonte de talentos disponíveis que falam inglês.

Segundo a Bloomberg, a Airbus espera contratar mais de mil novos funcionários na Índia durante o ano de 2023, de um total de treze mil novos trabalhadores que a fabricante europeia incorporaria mundialmente. A empresa hoje emprega mais de 700 pessoas em seu centro de Bangalore e mais de cem em áreas de atendimento ao cliente em Nova Delhi.

Por outro lado, a Boeing e seus fornecedores planejam aumentar sua força de trabalho na Índia. Eles empregam atualmente cerca de 18.000 pessoas e contrataram cerca de 1.500 por ano no passado recente. É o segundo país com mais funcionários da fabricante americana depois dos próprios Estados Unidos. 

É importante observar que um trabalhador na Índia representa um custo irrisório para a empresa em comparação com o que exige um funcionário em Seattle, informa o Aviacionline.

Na semana anterior soube-se que a Boeing iria reforçar a sua presença no país com a instalação de uma fábrica para converter aviões 737 em cargueiros. O investimento da empresa na Índia ultrapassa um bilhão de dólares anualmente, com uma presença crescente em sua economia após a assinatura de vários acordos.

Em comparação com a China, Airbus e Boeing veem a Índia como uma alternativa interessante para estabelecer novos centros de produção, não só pelo exposto, mas também pela menor tensão geopolítica com o Ocidente.

Guillaume Faury, CEO da Airbus, afirmou que é hora de a Índia se tornar um importante centro internacional de fabricação de aeronaves, dizendo que o país está no caminho certo para isso.

A Índia tem uma longa história de trabalhadores contratados para grandes empresas internacionais, graças à disponibilidade de talentos e mão de obra barata. O país abriga grande parte dos colaboradores que dão suporte nas áreas de tecnologia e informação. Os empregos altamente qualificados cresceram recentemente em diferentes setores de empresas multinacionais.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que o objetivo é tornar o país o terceiro maior mercado aéreo comercial do mundo. A tendência atual parece confirmar isso: a atividade aérea e a competição estão se intensificando. A demanda por viagens aéreas, tanto nacionais quanto internacionais, já atinge níveis próximos aos registrados antes do início da pandemia. E as projeções indicam que isso continuará no futuro próximo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias