Airbus e Boeing esperam que problemas na cadeia de suprimentos continuem até 2023

Foto: Jetstar Airways

De acordo com o que foi comunicado por David Calhoun, CEO da Boeing, a fabricante aeroespacial americana espera que os atuais problemas nas cadeias de abastecimento continuem até ao final de 2023. A previsão da Airbus coincide com estas projeções, relata o Aviacionline.

A falta de mão de obra em fornecedores de pequeno e médio porte é a principal causa, segundo o executivo. Em muitas áreas, o rápido aumento da demanda observada nos últimos meses ultrapassou a capacidade do setor de se adaptar e manter um serviço adequado.

A situação provocou atrasos e complicações, em muitos casos, generalizadas. Em maio, a Boeing disse que a produção de aeronaves 737 havia diminuído devido à falta de conectores para sistemas de fiação. Por sua vez, muitas companhias aéreas tiveram que remarcar e cancelar voos devido à falta de pessoal.

A esse respeito, Calhoun argumentou que “a velocidade com que ocorreu a mudança de problemas de demanda para problemas de oferta é notável”. Além disso, ele acrescentou que a Boeing mantém uma logística “grande e complicada”. Os atrasos então se traduzem em problemas que afetam as diferentes fases da linha de produção.

A situação também afeta seu concorrente mais direto no mercado, a Airbus. A empresa europeia anunciou em maio que previa riscos em sua cadeia de suprimentos no curto prazo. No entanto, falou com confiança sobre a capacidade de sua rede global de fornecedores de acompanhar o ritmo.

A empresa europeia, que atualmente é a maior fabricante mundial de aeronaves comerciais, importa grandes quantidades de titânio. Cerca de 65% do fornecimento de metal da Airbus vem da Rússia, segundo a consultoria AlixPartners. As sanções contra aquele país também afetam a atividade. Por isso, a empresa pediu publicamente à União Europeia que não imponha restrições ao material, que é usado para fabricar componentes críticos para seus aviões.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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