Airbus eleva previsões de demanda para 42.430 novos jatos em 20 anos em todo o mundo

Imagem: Divulgação / Airbus

Na última segunda-feira (15), a Airbus revisou para cima suas previsões de demanda para o mercado de jatos em um horizonte de 20 anos, destacando a modernização das frotas de longo alcance das companhias aéreas e o crescimento acelerado das economias asiáticas, que impulsionam o setor de aviação.

Segundo a Reuters, em seu relatório anual sobre tendências da indústria, a fabricante de aviões previu que a frota global mais que dobrará nas próximas duas décadas, atingindo 48.230 aeronaves. A previsão inclui a entrega de 42.430 novos aviões, sendo 41.490 deles jatos de passageiros, ambos os números representando um aumento de 4% em relação à pesquisa anterior.

A Airbus categoriza suas previsões em dois segmentos: aviões de fuselagem estreita, que são os modelos mais vendidos, e jatos de fuselagem larga. A evolução na autonomia e no desempenho dos aviões de fuselagem estreita tem permitido a conquista de mercados antes dominados por aeronaves maiores, mudando o panorama das viagens transatlânticas.

O relatório é divulgado em um momento em que o modelo A321 XLR, um jato de longo alcance de fuselagem estreita da Airbus, está prestes a receber certificação. Enquanto isso, a Boeing está desenvolvendo uma versão de maior alcance do seu 737 MAX.

Após um período de baixa demanda, a necessidade por jatos maiores de fuselagem larga está crescendo rapidamente, à medida que as companhias aéreas renovam suas capacidades.

A previsão de demanda total para jatos de fuselagem larga foi aumentada em 9%, totalizando 8.920 unidades, com aumentos significativos na América do Sul e América do Norte. No entanto, para o Oriente Médio, um dos maiores mercados para esses jatos, a previsão foi reduzida em 2% devido a relatos de excesso de capacidade.

Entre as aeronaves de fuselagem larga previstas, 940 serão cargueiros grandes, um aumento de 2% em relação ao relatório anterior. Já a demanda por aviões de passageiros de fuselagem estreita, como o Airbus A320 e a série Boeing 737, foi revisada em alta de 3%, totalizando 33.510 unidades.

As previsões da Airbus são baseadas em estimativas econômicas que indicam que 1,7 bilhão de pessoas se juntarão à classe média nos próximos 20 anos, com uma parte de sua renda destinada a viagens aéreas. “Vemos um crescimento particularmente forte na Ásia e no Oriente Médio, liderado principalmente pela Índia e pela China”, afirmou Bob Lange, chefe de análise de mercado da Airbus. Ele acrescentou que o tráfego doméstico na China deve ultrapassar o dos Estados Unidos.

Dados divulgados junto ao relatório destacam a atenção voltada à Índia, a nação mais populosa do mundo, que possui os três fluxos de tráfego mais rápidos de crescimento servindo o subcontinente indiano.

Contudo, as previsões de recuperação do crescimento da aviação após a pandemia têm gerado críticas por parte de grupos ambientais, que questionam os esforços da indústria no combate às mudanças climáticas. A Airbus argumenta que a entrega de novos jatos contribuirá para a redução das emissões, em conjunto com o desenvolvimento de combustíveis mais sustentáveis.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.

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