Ainda vivenciando um enorme conflito com a Qatar Airways acerca de um desgaste na pintura do modelo A350, a Airbus informou que fez mudanças no projeto do jato, mas ressalva que não tem nenhuma relação com seu atrito comercial. A empresa aérea árabe, por sua vez, disse que precisa de mais informações e quer entender o motivo por trás da decisão da fabricante.
Segundo uma reportagem da Reuters, a mudança do projeto está concentrada nas folhas de cobre entre a fuselagem de carbono e a pintura externa dos jatos A350, que servem para permitir que os raios sejam recebidos pela aeronave com segurança. No entanto, a reclamação da Qatar, que hoje está judicializada num processo de US$ 2 bilhões, diz respeito exatamente a esse mesmo mecanismo, daí a nova polêmica.
Para a Qatar, o desgaste na pintura da aeronave, que expõe a camada de cobre, resulta em problemas de segurança para o voo, mas esse argumento tem sido constantemente refutado pela autoridade da aviação europeia, a EASA, e pela Airbus. Por conta do problema a aérea preferiu estacionar mais de 20 jatos, que estão sem voar até hoje, gerando um enorme prejuízo.
As mudanças no sistema de para-raios do A350, no entanto, já eram previstas desde 2021, mas agora foram questionadas, pois a fabricante começou a implementá-las no final do ano passado. O sistema passaria a usar a folha de cobre perfurada (PCF), inicialmente por ser mais leve que a atual folha de cobre expandida (ECF), mas também por facilitar a prevenção de rachaduras.
