A Airbus, fabricante de aviões europeia, anunciou que se retirou do painel nomeado pela Administração Federal de Aviação (FAA) para revisar os processos de segurança da Boeing e como eles afetam a cultura de segurança da fabricante americana. O painel foi criado em resposta às duas tragédias de acidentes de 737 MAX nos últimos anos, que mataram 346 pessoas.
Conforme reporta a Reuters, entre aqueles nomeados pela FAA estava o chefe de certificação da Airbus Americas, James Tidball. A Airbus destacou a imparcialidade de Tidball em relação à segurança, mas, pelo foco do painel ser um fabricante rival, decidiu se isentar deste grupo de trabalho.
Como resultado, painel restou composto pelo professor e engenheiro aeroespacial Javier de Luis, cuja irmã foi morta em um acidente MAX, assim como especialistas da NASA, FAA, sindicatos, da Southwest Airlines, American Airlines, United Airlines, da GE Aviation e da FedEx Express.
Ele tem nove meses para concluir a revisão e emitir conclusões e recomendações, o que o Congresso exigiu por meio de uma lei de 2020 para reformar a forma como a FAA certifica novos aviões.
Um relatório da Câmara dos Estados Unidos de 2020 descreveu os acidentes do MAX em 2018 e 2019 como o resultado de suposições técnicas erradas dos engenheiros da Boeing, falta de transparência por parte da gerencia da Boeing e supervisão insuficiente pela FAA. Isso levou a uma série de ações que tiveram que ser tomadas pela fabricante a fim de sanitizar sua cultura interna e mitigar os riscos de novos acidentes.