Airbus poderá bater seu recorde mensal de entregas de aeronaves em dezembro

Na última semana, a Airbus divulgou seus resultados do ano até o mês de novembro e, no relatório, dois números chamaram a atenção, um deles foi a quantidade de aeronaves já entregues e outro é a meta de entregas para 2019. A diferença entre esses dois números equivale a um recorde histórico.

Quando o ano começou, a fabricante europeia lidava com um plano estratégico que antevia a entrega de 890 novos aviões em 2019. Mais tarde no ano, com os obstáculos de produção do A321neo resultantes da introdução de uma nova cabine flexível (“Airbus Cabin Flex”), a empresa decidiu rever esse número, baixando a meta anual para 860 aeronaves (guarde esse número).

Agora, segundo o relatório de entregas divulgado na última semana, a conta de entregas no ano chegou a 725. Isso significa que, para chegar nas 860 estipuladas na meta, a Airbus precisa entregar ainda 135 jatos, somente no mês de dezembro.

Se a Airbus conseguir, baterá um recorde

Não é a primeira vez que a fabricante europeia se vê numa situação como essa. No ano passado, a conta era parecida. Quando chegamos a novembro de 2018, ainda faltavam 127 entregas para que a empresa atingisse sua meta, e ela conseguiu, entregou o número exato de aviões e fechou o ano celebrando 100% do alvo previsto.

Se em dezembro de 2019 a empresa entregar os 135 que lhe faltam, um novo recorde será estabelecido, com um total e entregas 6% superior ao do ano passado.

A350 Air France

Isso pode melhorar

A Airbus possui um histórico de entregar mais aeronaves no final do ano. No entanto, pensando em gestão de processos, quando você nota esse tipo de cenário, é possível identificar oportunidades de melhoria, já que a empresa trabalha forte para sempre terminar o ano num sprint final em busca da meta. Isso significa que, caso algo atrase a meta não é atingida, além de poder resultar em problemas de qualidade, já que ‘pressa’ e ‘produção de aviões’ são palavras que não devem aparecer na mesma frase.

É preciso melhorar a cadência e a Airbus sabe disso, tanto é que a fabricante tem implementado medidas para distribuir melhor as entregas ao longo do ano, sobretudo com o aumento da capacidade de suas linhas de produção nos Estados Unidos, Canadá e China, além de uma planta modernizada na Alemanha.

Boeing no retrovisor

Independente das metas, a fabricante europeia aproveitou a crise da rival com seu 737 MAX (sem nenhuma entrega há nove meses) para ‘nadar de braçada’ no mercado, se consolidando como a maior produtora de aviões comerciais do mundo nesse ano.

Do lado das vendas, a Airbus também passou muito longe da Boeing. Fechando o ano com o Dubai Airshow, que lhe rendeu 222 pedidos de aeronaves, a europeia chega a novembro com um total de 940 jatos vendidos, enquanto que sua concorrente ficou com pouco mais de 300.

A Emirates encomendou 50 jatos A350-900 no show como parte de uma agitação da frota que também viu o maior operador wide-body do mundo cortar uma ordem restante para A380s e reduzir sua exigência de jatos Boeing 777X, acrescentando o Boeing 787.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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