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Al Baker diz que é amigo de todos, mas que a Airbus mexer com a Qatar é outra história

Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, na coletiva de imprensa de encerramento da IATA AGM 2022

Doha – Em meio a todos os assuntos discutidos sobre o presente e o futuro da aviação comercial em Doha, no Catar, durante a 78ª Assembleia Geral Anual (AGM) da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) e o Comitê Mundial de Transporte Aéreo (WATS), já era de se esperar que a disputa entre a Qatar Airways e a Airbus sobre o problema com os jatos A350 seria um tema muito presente.

E, de fato, ao final dos três dias de evento, entre 19 e 21 de junho, uma das perguntas feitas por jornalistas a Akbar Al Baker, CEO da empresa aérea, foi sobre se houve uma melhora no relacionamento com a fabricante europeia em função da convivência neste encontro mundial do segmento.

Apenas para relembrar resumidamente os fatos, após os aviões apresentarem descascamento superficial, a Qatar Airways iniciou uma disputa judicial no tribunal do Reino Unido, porque a Airbus afirmou que se tratava de algo apenas cosmético e procedeu com cancelamento de um grande contrato de encomendas quando a Qatar se recusou a receber mais jatos A350. A companhia aérea queria uma paralisação das entregas enquanto o problema não fosse solucionado, e a fabricante considerava uma quebra de contrato o não recebimento dos aviões.

Nesse contexto, diante da pergunta do jornalista, Al Baker primeiro afirmou que, em termos pessoais, ele “é amigo de todo mundo”, deixando claro que não há problemas de relacionamento com alguém em específico na Airbus.

Entretanto, destacou que, “quando há um problema que diz respeito a sua empresa, então existe uma história diferente”, e que nada disso estaria acontecendo na justiça se tudo fosse feito da maneira correta.

A pergunta sobre a situação também foi direcionada a Willie Walsh, CEO da IATA, que estava junto a Al Baker na coletiva. O executivo da Associação comentou de forma mais branda a situação, porém, afirmou que espera que fabricantes e empresas aéreas busquem resolver problemas como este “de forma mais amigável”.

Por fim, após Walsh, Al Baker ainda retomou a palavra para deixar uma dura afirmação final, que já até havia sido feita anteriormente durante esta extensa disputa entre as duas empresas: “Nunca uma fabricante deve ser permitida a usar sua dominância de mercado para intimidar seu cliente de longa data”.

A cobertura completa do AEROIN na 78ª AGM da IATA, direto de Doha, pode ser conferida neste link.

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