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Alta do combustível foi golpe final para tradicional aérea sul-africana afiliada da BA

Foto: AEROIN

O alto preço do querosene de aviação levou a companhia aérea sul-africana, Comair, a suspender todas as operações desde o dia 1° de junho. À época, a empresa ainda sofria pressão dos funcionários em meio a incertezas sobre o pagamento de salários. Passados os dias, veio-se a saber que a empresa será liquidada, resultando num triste fim para uma companhia fundada em 1943.

A companhia aérea também possui a transportadora de baixo custo Kulula e opera voos da British Airways (BA) no mercado interno do país, como uma espécie de afiliada da empresa britânica.

A administração da Comair decidiu interromper as operações alegando falta de dinheiro para atender aos altos custos de combustível, mas a crise já vem de alguns anos. A situação de agravou depois que Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (NUMSA), que representa os aeroviários do país, entrou com uma ação trabalhista e fez um piquete na sede da companhia por não haver garantias do pagamento de salários durante o período de suspensão dos voos.

IMAGEM: Christian Volpati/Wikimedia

2 anos de crise

A Comair entrou voluntariamente em um processo de recuperação financeira em maio de 2020, com o agravamento da crise causada pela pandemia de COVID-19. Mesmo assim, a companhia continuou operando normalmente. Em março passado, o Certificado de Operador Aéreo (AOC) da Comair foi suspenso por cinco dias pela Autoridade de Aviação Civil da África do Sul (SACAA).  O órgão encontrou falhas em seus mecanismos de segurança, incluindo “três falhas de nível 1” que representam “um risco imediato aos usuários”.

Por decisão judicial, a empresa continuou voando e chegou a vender passagens com até 30% de desconto para tentar atrair passageiros. Sem aviso prévio, a Comair anunciou em 1º de junho a suspensão das operações por falta de recursos.  Os sindicalistas da NUMSA exigem a saída do CEO da empresa, Glen Orsmond, como única forma de salvar a Comair.

A companhia representa 40% do mercado doméstico da África do Sul e atende, sobretudo, as cidades de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Durban.

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