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Alta no combustível e férias levam o preço médio do bilhete aéreo a patamar recorde em julho

Imagem: Inframerica

O painel de indicadores de tarifas aéreas domésticas, divulgado nesta quarta-feira, 5 de outubro, indica que o preço do bilhete aéreo em julho foi comercializado por R$ 597,91. O valor representa alta de 15,8% comparado com o mesmo período de 2019, quando a tarifa média custava R$ 516,36. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, o preço médio real da tarifa ficou em R$ 606,42, aumento de 20,8% frente aos dados registrados no mesmo período pré-pandemia, em 2019.

Em julho, a tarifa real média de julho foi levemente menor no Acre e no Distrito Federal em comparação com o mesmo período de 2019. No Acre, a redução foi de 1,8%, enquanto no DF o valor variou 0,8%.

A Capital Federal foi a localidade com o menor valor médio praticado no sétimo mês do ano, R$ 511,68, seguido por Espírito Santo (R$ 523,39) e Santa Catarina (R$ 523,86). O maior valor médio computado foi no estado de Roraima, R$ 1.119,42.

O valor médio pago pelo passageiro por quilômetro voado, também conhecido como yield, subiu 10% em julho deste ano (R$ 0,486) em relação ao resultado apurado em 2019 (R$ 0,441). Nesse item, o estado do Acre apresentou o menor valor do yield, de R$ 0,292. Por outro lado, Minas Gerais foi a Unidade da Federação com a maior faixa por quilômetro voado, de R$ 0,662.

Contexto do setor

No mesmo período em que o preço médio da tarifa aérea oscilou 15,8% na comparação com três anos atrás, o querosene de aviação (QAV) teve um aumento bastante expressivo, da ordem de aproximadamente 170%. No recorte de três anos, o litro do QAV passou de R$ 2,17 para R$ 5,84, considerando o mês de julho como referência. O item combustíveis e lubrificantes representou, ao final do primeiro semestre deste ano, cerca de 42% do total dos custos das empresas aéreas.

No sétimo mês do ano, a oferta por voos no transporte aéreo doméstico, aferida por assentos-quilômetros ofertados (ASK), registrou alta de 0,1% frente aos dados computados em igual período de 2019, demonstrando que o setor vem se recuperando do período da pandemia de covid-19, quando a malha aérea foi drasticamente reduzida. Contudo, embora o indicador seja importante para a formação dos preços das tarifas aéreas, destaca-se que outros fatores são igualmente considerados, como o custo do QAV, a variação cambial e demais indicadores macroeconômicos.

Faixa de preço

O painel de tarifas aéreas doméstica mostra que 29% dos bilhetes comercializados em julho custaram até R$ 300,00; a maioria deles, quase 54%%, foi vendido abaixo de R$ 500,00; e 5,8% custaram acima de R$ 1.500,00.

Ainda de acordo com os indicadores de tarifas, do total de bilhetes vendidos no mercado doméstico, 25,4% foram para os aeroportos no estado de São Paulo (SP), 9,5% foram para terminais do Rio de Janeiro (RJ) e 6,3% dos tickets tiveram os aeroportos de Minas Gerais (MG) e Paraná (PR) como destinos.

Os indicadores de tarifas aéreas do transporte aéreo brasileiro são atualizados de forma mensal e podem ser consultados no portal da ANAC na internet.

Informações da ANAC

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.