American Airlines critica a demora em conceder o visto americano para brasileiros

A obrigatoriedade e demora do visto de turismo para brasileiros com destino aos EUA é prejudicial para as empresas aéreas, segundo o CEO da American Airlines.

Atualmente, o cidadão brasileiro que deseja ir aos EUA a turismo ou negócios (que não envolva trabalho de longo prazo ou associado à residência) deve aplicar para um visto, que tem um processo caro, burocrático e envolve uma viagem a um dos consulados pelo país ou para a Embaixada dos EUA em Brasília.

Além desse processo, é necessário que o brasileiro passe por uma entrevista, de maneira a demonstrar e comprovar suas reais intenções nos EUA. Todo esse processo, que pode ainda ser rejeitado, acaba sendo um fator para que alguns turistas prefiram ir à Europa, mesmo com um custo maior nas passagens aéreas e hospedagem.

Em meados de 2010 e 2011 o Brasil chegou a ficar parcialmente qualificável para ter a isenção do visto tradicional, podendo ir para o ETA – Electronic Travel Authorization, em que se paga uma taxa para um visto eletrônico, que é rapidamente aprovado ou negado, feito da própria casa da pessoa.

Um dos motivos, na época, para a negativa do fim do visto seria a falta de unificação de dados de presos ou ex-presidiários no país, onde os EUA exigia o acesso para leitura, exatamente para evitar que criminosos fossem para lá.

Sem isso e com o constante aumento da imigração ilegal de brasileiros desde a crise de 2015, que se reflete hoje em vários voos com deportados, que entram pelo México ilegalmente ou entram legalmente e ficam ilegais com o tempo, os EUA não pretendem tirar o Brasil da exigência do visto no passaporte.

Tudo isso piorou com a pandemia, onde os consulados ficaram fechados para emissão de vistos de turistas e, quando reabriram, uma grande fila se formou, a qual hoje está durando em média 12 meses em consulados como do Rio e São Paulo, e um pouco menos em Recife e Porto Alegre.

Essa demora excessiva causa prejuízos para as empresas aéreas e o setor turístico nos EUA, segundo aponta o CEO da American Airlines, Robert Isom, durante a divulgação dos resultados do terceiro trimestre da companhia.

“Em 2019, 43% dos visitantes estrangeiros vieram de países que é necessário ter visto americano. Pessoas que querem vir pela primeira vez aos EUA para ir para um grande evento, convenções, antes precisavam de algumas semanas para agendar o visto, hoje é mais de um ano, e isso afeta em mercados importantes como Brasil, México e Índia”, afirmou o CEO.

Ele também cita que apenas esse grupo de visitantes deixa $120 bilhões de dólares no país todo ano, tendo um potencial bem maior caso o visto não existisse ou fosse mais ágil de obter. Segundo o portal View From The Wing, a situação no Brasil é ruim, mas longe das piores, sendo que Bogotá está com 857 dias, praticamente 2 anos e 4 meses. Outros lugares com mais de 2 anos de espera estão na Índia, México e na África.

O visto americano também cria a isenção de alguns tipos de vistos para entrada de brasileiros no México, Canadá e outros países.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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