Uma mulher da Flórida foi forçada a trocar sua camiseta logo após embarcar em uma aeronave da American Airlines, quando a tripulação considerou que sua camiseta era ofensiva a outras pessoas.
A passageira Swati Runi Goyal, de 49 anos, estava voando de Key West para Las Vegas no dia 30 de outubro deste ano, vestindo uma camiseta preta com o texto “HAIL SATAN” (saúdem o diabo), informou o Buzzfeed News.
A camiseta, facilmente encontrada à venda na internet, também incluía o texto “Est. 666” e uma cruz de cabeça para baixo, como na imagem a seguir.
Goyal já estava sentada com o marido no avião quando um membro da tripulação da American Airlines lhe disse para remover a camiseta ofensiva ou descer do avião – atrasando o voo até que ela trocasse por uma camiseta extra que o marido usava.
“Ele disse: ‘Nossa equipe achou sua camisa ofensiva'”, disse Goyal. “Inicialmente pensamos que era uma piada. Mas ele repetiu a diretiva, e havia outra tripulante que estava atrás dele com os braços cruzados, parecendo muito zangada”.
“O cavalheiro me perguntou se eu entendia o que ‘ofensivo’ significava”, disse Goyal. “Eu disse: ‘Sou uma minoria estrangeira. Eu sei o que minha camiseta significa e minha camiseta não é ofensiva.’”
As convicções de Goyal
A passageira disse que é ateia e membro do Templo Satânico, e comprou a camiseta para apoiar sua igreja. “Geralmente recebo risadinhas e elogios de pessoas que entendem a ironia da camiseta”, disse ela.
Goyal, que é vegana, disse que se tornou uma defensora do Templo Satânico por causa de seus princípios – o que inclui mostrar “bondade a todas as criaturas”.
“Eu não sou gótica. Eu não tenho piercings. Eu não estava vestindo uma camisa com uma cabra sendo decapitada”, disse Goyal ao Buzzfeed. “Vestia calças de caminhada L.L.Bean e tênis veganos”.
Mais tarde Goyal disse que tinha que se desculpar com seus amigos góticos pelo comentário. “Eu não quis ser ofensivo para os góticos”, ela brincou.
“Roupas ofensivas”
A American Airlines indica em seu próprio site, na seção de orientações para o voo, que o passageiro deve “Vestir-se apropriadamente; pés descalços ou roupas ofensivas não são permitidos”.
Mas Goyal disse que acha muito vago o código de vestuário, que se restringe apenas a esse frase citada acima, conforme indicado na imagem abaixo.
Goyal decidiu publicar sua história depois que a American Airlines “falhou em investigar” o incidente – na esperança de trazer mudanças a favor da liberdade religiosa, disse ela.
“Estou realmente tentando fazer boas ações surgirem disso. Trata-se realmente de discriminação religiosa ”, disse ela. “Como eles me trataram dessa maneira, só consigo imaginar como estão tratando outros grupos religiosos como muçulmanos.”
Pedido de desculpas
A American Airlines procurou Goyal depois da história do BuzzFeed e concordou em reembolsar suas passagens daquele voo. Goyal disse que também pediu à empresa para garantir que eles forneçam treinamento sobre discriminação e desculpas dos três tripulantes envolvidos.
“Pedimos desculpas a Goyal por sua experiência e estamos tentando entender o que ocorreu”, disse um porta-voz da American Airlines ao BuzzFeed News.
A empresa também disse que “A discriminação não tem lugar na American Airlines” em uma resposta twittada ao próprio post de Goyal no Twitter sobre a provação.
Discrimination has no place at American Airlines. Please meet us in DMs with your record locator and contact info.
— American Airlines (@AmericanAir) December 6, 2019
Goyal bloqueou suas contas de mídia social depois de receber reação dos conservadores “que não estão felizes” com sua opção religiosa, disse ela.
