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Analistas de gerenciamento de tráfego aéreo do Brasil treinam uso do ASA em workshop

Imagem: DECEA

O ASA – Airspace System Analysis – produto digital desenvolvido pela Assessoria de Transformação Digital (ATD) e destinado à análise de solicitações de uso do espaço aéreo para as mais diversas finalidades – foi tema de um workshop para treinamento de analistas das áreas de gerenciamento de tráfego aéreo (ATM) das Divisões Operacionais dos Órgãos Regionais e do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA).

O Workshop ASA aconteceu nos dias 13 a 15 de dezembro, e foi coordenado pela Seção de Coordenação e Controle de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (DCCO1) em parceria com a ATD – ambas ligadas ao Subdepartamento de Operações (SDOP) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

Desde setembro deste ano, a ferramenta ASA é utilizada no DECEA para realizar as análises feitas por pilotos de drones através do Sistema de Solicitação de Acesso ao Espaço Aéreo por Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARPAS) e, no início de dezembro, foi disponibilizada a interface destinada ao público externo.

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As ferramentas disponibilizadas nessa interface permitem a criação de desenhos sobre o mapa, que por sua vez poderá ter camadas exibidas para melhorar a capacidade de planejamento do piloto de drone na área pretendida para a operação.

Além da capacitação no uso do ASA como ferramenta de análise do espaço aéreo, a expectativa do SDOP com o evento é que participantes atuem, em seus respectivos Órgãos Regionais, como “embaixadores do ASA”, isto é, serão o ponto focal para colaborar na disseminação dos conhecimentos adquiridos entre o efetivo da DO-ATM e, ainda, nas críticas e avaliações das melhorias apresentadas pelo sistema a partir dos feedbacks coletados durante o Workshop ASA.

João Ximenes, coordenador-chefe da ATD, esclarece que, além da interação com outros integrantes da área ATM para passar o conhecimento adquirido no evento e promover o uso da ferramenta nos regionais, os embaixadores irão concentrar as sugestões de melhorias que terão a prioridade definida a partir do consenso de todos os embaixadores.

A representante do Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), a Primeiro Sargento Aline Ribeiro Silva de Souza, vai chegar em São Paulo com a responsabilidade de reproduzir o que aprendeu no Workshop ASA. Atuando na DO-ATM, a Sargento Aline Ribeiro tem uma visão de futuro para o ASA:

“A importância dessa ferramenta é principalmente a integração do sistema, ou seja, conseguimos conversar com outros setores. Essa aproximação será produtiva, pois estaremos participando de um mesmo processo. A ferramenta é bastante intuitiva e o acesso ao mapa facilita o planejamento tanto do analista quanto do usuário. Hoje, estamos utilizando o ASA para o SARPAS; é o primeiro passo e a ferramenta está em evolução. Deste workshop, estamos adquirindo subsídios para incrementar a ferramenta”, fomentou a Sargento Aline Ribeiro.

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O ASA nasceu da ideia de o espaço aéreo ser apenas um e, portanto, as análises referentes à sua utilização devem ser integradas. Assim como aconteceu com o SARPAS, que o motor de análise automática foi assumido pelo ASA, no SysAGA – sistema destinado à elaboração, consulta e gerenciamento de processos da área de aeródromos – o motor de análise de Objetos Projetados no Espaço Aéreo (OPEA) também passará a ser atribuição do ASA.

“Essa integração traz ganho operacional, pois permitirá uma análise mais integrada, mas também técnica, pois otimiza os esforços da ATD ao concentrar os esforços de manutenção em apenas um sistema”, revelou Ximenes.

Durante o evento, foram discutidas as adaptações da ICA 100-38, a partir das inovações trazidas pelo ASA, bem como a conceituação do produto EAC-T (Espaço Aéreo Condicionado Temporário) e da Matriz de Classificação de Áreas. Segundo esclareceu o Primeiro Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Bruno Garcia Franciscone, da DCCO-1, na ICA 100-38 haverá algumas mudanças, principalmente direcionadas ao usuário, de modo que ele seja conduzido ao ASA para solicitação de Espaços Aéreos Condicionados:

“Além disso, outras alterações processuais estão previstas, assim como o desenvolvimento de um produto de Informações Aeronáuticas (EAC-T) que poderá ser solicitado diretamente no ASA, tornando o processo mais ágil e eficiente e ajudando a diminuir o número de NOTAM (Aviso aos Aeronavegantes) em vigor”, informou o representante do SDOP.

Sobre a Matriz de Classificação de Áreas, o desenvolvedor do ASA e coordenador técnico da ATD no CINDACTA III, Cleydson Coelho Cavalcanti, esclarece que são precisos critérios objetivos para determinar a hierarquização das áreas visando à segurança, para que não se autorize duas atividades incompatíveis em uma mesma área. Deu como exemplos o paraquedismo e o voo de drone. “A Matriz vem para auxiliar na definição desses critérios, iniciamos com as NFZ (no fly zones) de drones e seguimos para EAC-T”, justificou.

Na avaliação do representante do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II) no workshop, o Segundo Sargento Rafael Scarante Cordeiro, que trabalha na seção de Espaço Aéreo com o SARPAS, foi fundamental a participação dos regionais no evento para compreender o ASA e suas funcionalidades. “Esse aprendizado vai dar celeridade aos processos e análises de acesso ao espaço aéreo por aeronaves não tripuladas, bem como em outros eventos e atividades aéreas”, ponderou o Sargento Scarante.

A Primeiro Tenente Melissa Dângelo Cerroni Cinelli classificou o evento como produtivo e interessante para a sua atividade no Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). “Estamos aprendendo as funcionalidades do ASA e isso vai auxiliar muito os analistas do SARPAS nesse primeiro momento e, depois, na integração do SysAGA e SDIA também”, considerou a especialista em Controle de Tráfego Aéreo.

Imagem: DECEA

Em outra ponta, a atuação do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) nas análises, Ximenes explica que, ao centralizar as solicitações de criação de EAC e a análise, o ASA permitirá ao CGNA ter insumos que poderão ser úteis para o planejamento estratégico.

Na visão do Segundo Tenente Eduardo Henrique Veríssimo dos Santos, especialista em controle de tráfego aéreo, o workshop foi importante para quem atua com ATM: “Consegui enxergar e aprender as facilidades do ASA para uso da análise de solicitação de espaços aéreos condicionados. Essa compreensão vai ajudar muito o meu trabalho diário, principalmente na integração com os órgãos regionais, facilitando o trâmite dos processos de análise do espaço aéreo”, especificou o represente do CGNA no evento.

O Capitão Rui Nunes, do Terceiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA III), prevê que o ASA propiciará maior facilidade e precisão nas análises. “O sistema concentra outras interfaces e o ASA vai permitir um ganho operacional absurdo”, avaliou o Especialista em Controle de Tráfego Aéreo.

Já o Capitão Antonio Gilson Novaes Cardoso da Silveira, especialista em Controle de Tráfego Aéreo que atua no Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA IV), considera que o ASA, além de otimizar o trabalho, vai centralizar muitas tarefas num sistema único. “Hoje temos muita carência de uma ferramenta como o ASA, que contribui com o nosso serviço e chega como um facilitador”, pondera.

Segundo os coordenadores do workshop, como início de um projeto maior e divulgação de nova concepção de análise do uso do espaço aéreo, constatou-se que deve haver outros encontros para dar continuidade à capacitação de forma on-line. De acordo com Cavalcanti, os participantes foram incluídos nas plataformas de comunicação da ATD, para continuar em contato com a equipe de desenvolvimento do ASA e poder continuar colaborando com feedbacks e validando novas funcionalidades.

“Será um constante aprendizado, pois o grupo deverá se reunir periodicamente, acompanhando as evoluções do ASA. Foram definidos os próximos passos e entregas para num segundo encontro apresentar produtos e melhorias, e reavaliar se estamos caminhando na direção correta”, sinalizou Cavalcanti.

É exatamente o que pensa a Sargento Aline Ribeiro. “Nossa conversa vai continuar, pois estamos compartilhando nossas necessidades, específicas a cada Regional. Vamos discutir no grupo e apresentar as panes, as melhorias e dar sugestões para a ATD. Acredito que, a partir desse evento, podemos fomentar melhorias que atendam às nossas necessidades”, incentivou a controladora.

Informações do DECEA

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