Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, no dia 24 de fevereiro deste ano, as coisas mudaram drasticamente para as empresas aéreas locais e suas subsidiárias. E assim também aconteceu para a britânica CargoLogicAir, uma empresa que já foi altamente lucrativa, mas hoje luta para sobreviver e acaba de entrar com pedido de proteção para não falir.
A empresa não conseguiu negociar com fornecedores e potenciais clientes de forma eficaz desde que seu acionista majoritário e ex-diretor, Alexey Isaykin, cidadão russo e cipriota, foi objeto de sanções do governo do Reino Unido. Todo mundo procurou se distanciar da empresa e as coisas ficaram difíceis.
Como consequência, a empresa solicitou e obteve aprovação para iniciar um processo de continuidade mínima das operações. No entanto, teve problemas para operar suas contas bancárias, vindo a enfrentar dificuldades crescentes com seus banqueiros, apesar de ter fundos consideráveis na sua conta.
Por fim, foram nomeados administradores para cuidar dos próximos passos da empresas, que poderia resultar numa falência. A situação pela qual passa a empresa aérea, que tinha quatro Boeing 747F e hoje tem apenas um, ilustra muito bem os impactos das sanções em empresas e cidadãos russos, mesmo sendo uma companhia britânica no papel.
A CLA é a subsidiária registrada no Reino Unido do Volga-Dnepr Group da Rússia. Em agosto, Isaikin retirou-se de todas as estruturas do grupo e cedeu o controle ao restante da equipe de gestão da empresa para evitar sanções. A empresa empregava mais de 100 pessoas antes das sanções e obteve lucro de US$49 milhões em 2020.