Especialistas da fabricante ucraniana Antonov puderam acessar o aeroporto de Gostomel, localizado 25 quilômetros a noroeste de Kiev, depois que a Rússia abandonou o local. Com isso, puderam ser iniciados os trabalhos de avaliação dos danos à icônica aeronave An-225, maior avião comercial do mundo por três décadas, mas praticamente destruído na guerra.
A Antonov, no entanto, nutre esperanças. Em uma publicação no Facebook, a empresa estatal diz que construir um novo Mriya é uma obrigação.
“A destruição desta aeronave lendária e única pelas forças russas tornou-se um duro golpe, não apenas para a Antonov Company, mas também para a comunidade mundial. Portanto, a restauração do Mriya é uma tarefa crucial para nós”, dizia a Antonov.
“De fato, alguns agregados básicos para a estrutura da aeronave estão disponíveis. No entanto, o novo Mriya precisa atender aos padrões de aeronavegabilidade atuais e futuros. Além disso, a aeronave deve estar equipada de acordo com a lista de tarefas que irá desempenhar. Isso exigirá uma grande quantidade de projetos e trabalhos de engenharia, seleção e compra de componentes apropriados, programa de testes, etc. Naturalmente, este projeto será realizado sob ampla cooperação internacional, com a participação de empresas e empreendimentos líderes da indústria global de aviação”, prossegue a empresa.
Não existe uma avaliação formal dos custos envolvidos na construção de outro exemplar do An-225, mas estimativas de alto nível indicam que os custos poderiam chegar na casa dos bilhões de dólares, justamente por causa da tarefas que a Antonov listou como necessárias em sua publicação. O projeto não poderia ser conduzido tal qual foi feito há 30 anos. Muita coisa mudou e não faria sentido não usufruir da tecnologia atual.
“O montante do financiamento e a possibilidade de utilização dos componentes do AN-225, que foi destruído pelas tropas russas, serão determinados por uma comissão especial criada sob os auspícios da Ukroboronprom. As fontes de financiamento também serão determinadas pelo estado. Os recursos já recebidos pelo fundo serão utilizados exclusivamente para a execução do projeto de reconstrução do Mriya. Além disso, com relatórios transparentes para cada hryvnia ou dólar gasto“, conclui a Antonov.
Por fim, a fabricante diz que não existem prazos para que o projeto de construção de um “novo” An-225 seja colocado em prática, pelo contrário, tudo ainda está no campo das ideias, um momento em que as emoções seguem afloradas.
Existe um sentimento de que os ucranianos estão mais dispostos a reconstruir o avião pelo que ele representa (um orgulho para o país, um “sonho”), do que pela viabilidade econômica. Entretanto, é cedo para cravar qualquer conclusão. Por ora, quem acompanha e gosta da aviação vai lidando com a esperança de ver o An-225 nos céus novamente.
Vide abaixo a publicação original feita pela Antonov.
