Ao usar aviões que eram da LATAM, Delta recebe críticas pela queda de qualidade

Airbus A350 da Delta – Imagem: Delta

O mercado brasileiro de aviação comercial acompanhou nos últimos anos a mudança de frota de longo curso da LATAM Brasil, que optou por otimizar sua estrutura ao eliminar os jatos A350-900 fabricados pela Airbus e ficar apenas com os 767, 777 e 787 fabricados pela Boeing.

A mudança permite economia de custos, já que há comunalidade de peças de reposição, treinamento de tripulantes, entre outros fatores, quando se opera uma frota de apenas um fabricante. Com isso, todos os aviões de fuselagem estreita da LATAM Brasil são da família A320/A320neo da Airbus, e todos os de fuselagem larga são das famílias 767, 777 e 787 da Boeing.

Com a eliminação dos A350, a companhia americana Delta, que possui acordos operacionais com o grupo LATAM, sendo inclusive uma das acionistas da empresa, adquiriu para si os aviões.

Já tendo quase 20 aviões A350-900, a Delta os utiliza como seu grande produto de alto padrão para viagens de longo alcance. Assim, a adição dos jatos que voavam na LATAM representa um rápido crescimento de frota, para aproveitar a retomada da demanda da aviação internacional de passageiros.

Porém, uma decisão tomada pela companhia americana a respeito desses aviões resultou em críticas, sob a acusação de que representa uma grande redução na qualidade da experiência oferecida a seus clientes.

A Delta afirmou ao TPG que vai colocar os A350 para voar com o interior que era utilizado pela LATAM, e não com uma substituição por sua própria configuração.

Isso significa um total de 339 poltronas distribuídas em 30 assentos de classe executiva, 63 assentos com espaço extra para as pernas e 246 assentos padrão, contra as 306 poltronas dos aviões da Delta, sendo 32 Suítes Delta One exclusivas da companhia, 48 assentos Premium Economy reclináveis, 36 assentos Comfort+ com espaço extra para pernas e 190 assentos padrão.

Com isso, nesses aviões a companhia não oferecerá a cabine Premium Economy, que se provou bastante popular entre os viajantes que desejam aprimorar sua experiência de viagem sem gastar muito com uma tarifa de classe executiva.

Além disso, a classe executiva da LATAM era configurada com poltronas em uma disposição 2-2-2, contra 1-2-1 da Delta, o que tornará estes A350 os únicos com assentos sem acesso direto ao corredor, uma grande desvantagem para viajantes individuais.

A Delta afirmou ao TPG que no futuro fará a mudança dos interiores destes A350, porém, sem uma previsão concreta do momento. Por enquanto, ao menos três dos aviões já entrarão em alguns voos da companhia nesta temporada de verão do hemisfério Norte.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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