
Mais uma tradicional empresa aérea entrará em processo de reorganização segundo as prerrogativas do famoso Chapter 11 da Lei de Falências dos EUA: a Philippine Airlines. Como ressalta o nosso parceiro Aviacionline, a companhia aérea, fundada em 1941, anunciou no domingo (5) o pedido de reestruturação financeira com objetivo de criar uma base financeira mais sólida para o futuro e, obviamente, sobreviver.
Como no resto do mundo, a aviação nas Filipinas foi duramente atingida pelas restrições sanitárias. Seus principais mercados em Hong Kong, Austrália, Japão, Coréia do Sul e grande parte das regiões do Sudeste Asiático permaneceram com fronteiras fechadas e controles de entrada rígidos. Grande parte do tráfego aéreo do país depende de viajantes a lazer e essa demanda reprimida de viagens torna-se, portanto, uma grande dificuldade para a companhia aérea.
E, se a Philippine Airlines já tinha problemas financeiros antes do COVID, com perdas consecutivas desde 2017 que alcançaram o recorde de US$ 1,4 bilhão em 2020, quem dirá agora.
Reestruturação da frota
Então, não teve outra solução senão a reorganização e a diminuição de tamanho. Segundo reportagem da Reuters, a companhia aérea moverá sua frota devolvendo 22 aeronaves aos locadores, já que a recuperação não deve ocorrer antes de 2024 ou 2025. Entre seus planos está a retirada de quatro A350-900, quatro Boeing 777-300ER e as 13 aeronaves restantes serão divididas entre os modelos Airbus A321ceo e Airbus A330-300.
Com a aposentadoria de grande parte de sua frota de aeronaves de longo curso, a companhia aérea será forçada a cancelar várias de suas rotas intercontinentais, como Toronto, Nova Iorque e Londres. Caso isto ocorra, significará a paralisação das operações na Europa, concentrando suas operações de longa distância no Oriente Médio, costa oeste dos Estados Unidos e Vancouver, no Canadá.
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Negociações com Airbus
A companhia aérea está em negociações com a Airbus para adiar a entrega de um pedido pendente de 13 aeronaves do modelo A321neo. Este é o último pedido pendente da Philippine Airlines. Antes da pandemia, eles planejavam adquirir aeronaves Boeing 777-9X ou Airbus A350-1000 para substituir o antigo Boeing 777-300ER.
Plano de recuperação financeira
O plano de reabilitação proposto cortará US$ 2 bilhões em empréstimos. Também inclui US$ 505 milhões em dívida de longo prazo e financiamento da dívida do acionista majoritário da companhia aérea e US$ 150 milhões em financiamento de dívida adicional de novos investidores.
“Após a recente celebração de nosso 80º aniversário, avançamos com confiança renovada, pois as ações de hoje nos permitem continuar servindo aos nossos clientes e à economia filipina no futuro. Também gostaria de reconhecer a incrível dedicação de nossos funcionários em todo o mundo, que continuaram a fornecer serviços da mais alta qualidade durante esses tempos difíceis”, disse Gilbert F. Santa María, presidente e diretor de operações da empresa aérea.