Apesar de muito reclamar, Emirates segue firme com seus 197 aviões encomendados

Imagem: Boeing

Na semana passada, a Emirates divulgou seus resultados do último ano-fiscal encerrado em março de 2022. Junto com os números, a companhia aérea também falou de aspectos operacionais, sendo que um deles chamou a atenção: a quantidade de pedidos firmes de aeronaves junto às maiores fabricantes do mundo, Boeing e Airbus.

Diferente da Qatar Airways, que está num embate retórico e judicial feroz com a Airbus, por causa dos problemas com o A350, a Emirates se mantém tranquila, apenas “alfinetando” as fabricantes de longe. Apesar das críticas que tem feito, através do seu CEO e porta-voz Tim Clark, a empresa mantém sua carteira de pedidos inalterada, com 197 encomendas.

As mais recorrentes reclamações da Emirates referem-se aos atrasos contínuos no Boeing 777X e no 787 Dreamliner, assim como à degradação da superfície que têm sido vista pela Qatar no A350. Para todos os casos, a Emirates diz que prefere não receber as aeronaves, se for para tê-las com problemas, mas os pedidos seguem firmes, até porque não há alternativas.

No final de março, a Emirates tinha um total de 262 aeronaves em sua frota com idade média de 8,2 anos. Atualmente, a Emirates tem as seguintes aeronaves encomendadas:

  • 115 Boeing 777X
  • 30 Boeing 787-9 Dreamliners
  • 50 Airbus A350-900
  • 2 Boeing 777F

Apesar de ter uma frota jovem, em 2016 a idade média das aeronaves era de pouco mais de 5 anos. Mas esse número começou a crescer por conta das postergações nas aposentadorias de outros jatos, dados os atrasos das fabricantes, sobretudo a Boeing, em entregar novos aviões de última geração. Originalmente, a Emirates esperava colocar as mãos em sua primeira aeronave 777X em 2020, mas atrasos no desenvolvimento e na certificação atrasaram as primeiras entregas até 2025, no mínimo.

Essa “novela” entre as fabricantes e as empresas do Oriente Médio ainda prometem muitos capítulos à frente.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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