Apesar dos problemas do B787, Lufthansa espera ter seu 1º exemplar até o Natal

Divulgação: Lufthansa

A novela dos problemas na fabricação do Boeing 787 se arrasta até agora, com atrasos devidos a novos problemas encontrados em julho deste ano, porém, a companhia aérea alemã Lufthansa ainda têm esperança em receber seu primeiro exemplar até o Natal.

A gigante alemã anunciou, no começo de maio, a compra de mais cinco exemplares do Boeing 787-9 Dreamliner, que nunca foram usados, embora já tenham sido produzidos há algum tempo. Com isso, além de um preço mais vantajoso, a Lufthansa esperava uma entrega mais rápida do que os seus jatos ainda a serem fabricados. No entanto, em julho, a Boeing descobriu novos problemas estruturais no Dreamliner que poderiam afetar a entrega das aeronaves à Lufthansa.

Em entrevista com analistas na última quinta-feira, O CEO do grupo alemão Carsten Spohr respondeu a uma pergunta ao portal AeroTelegraph, quando indagado sobre a entrega das aeronaves da Boeing à Lufthansa: “Com o 787, ainda presumimos que o primeiro virá neste inverno” e “Eu ainda espero que ela venha antes do Natal. Em seguida, o avião será saudado com um voo especial.

Ainda segundo o presidente-executivo, os problemas de produção não deverão afetar totalmente os primeiros jatos a serem entregues.

Sobre a encomenda de 20 jatos B787-9 confirmados pela empresa, com opções para mais 20 unidades do mesmo modelo, ele apenas comentou que as condições serão discutidas em breve.

A chegada dos Boeings 787 à Lufthansa e às outras companhias aéreas do grupo deverão ajudar o grupo a se concentrar em aeronaves menores, mais adequadas ao ambiente de baixa demanda esperado durante a recuperação da crise.

Alguns dos problemas do Dreamliner

Um dos primeiros problemas foi identificado em agosto de 2020, quando a Boeing encontrou imperfeições estruturais em algumas aeronaves. Esse problema estava localizado nos cruzamentos das fibras de carbono, mais especificamente nas seções 47 e 48 da fuselagem, logo atrás da junção com as asas, onde dois tubos se encontram com uma divisória. Com isso, ainda que bastante remota, a aeronave estaria sujeita a uma falha estrutural em voo.

Poucas semanas após a identificação do problema, a Boeing encontrou outra falha, quando, durante a montagem do estabilizador vertical, os engenheiros descobriram que “certos componentes foram apertados durante o processo de construção com uma força maior do que a especificada”. Isso poderia deixar a estrutura com espaços mais largos que o padrão permitido entre os componentes. O problema “poderia ​​levar ao envelhecimento prematuro da peça”, ou seja, ao desgaste precoce da estrutura do estabilizador.

Em julho desse ano, sem detalhar, a Boeing anunciou que havia identificado um retrabalho adicional que seria necessário para os 787 não entregues, referindo-se a problemas na fuselagem da aeronave.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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