Após 696 dias, Boeing 777 troca a areia do deserto pelo céu e vai voltar a voar

Após 696 dias em armazenamento profundo, a Air New Zealand está trazendo sua primeira aeronave 777-300 para fora do deserto. Em 2020, a companhia aérea enviou quatro aviões do modelo para as instalações de armazenamento de Victorville, no deserto de Mojave, devido aos graves impactos do Covid-19, limitando o cronograma de voos da companhia aérea ao mínimo.

Quando a última dessas aeronaves foi estacionada, no final de 2020, não se sabia quando retornariam. Agora, com a grande demanda por voos, a companhia aérea está trazendo de volta seu maior jato widebody para reforçar a rede.

Como funciona a reativação

O diretor de operações da Air New Zealand, Alex Marren, diz que é ótimo ver essas aeronaves voltando ao serviço para ajudar a preparar a companhia aérea para ainda mais voos.

“Ninguém poderia prever o que aconteceria na pandemia e agora que a demanda se recuperou mais rápido do que o previsto, sabíamos que era hora de trazer essas aeronaves de volta de Victorville. Quando foi tomada a difícil decisão de estacionar nossa frota de 777, sabíamos que o deserto era o ambiente ideal devido às suas condições quentes e secas. Depois de quase dois anos guardados nesse clima, eles estão saindo do estacionamento de longa duração em boas condições”, disse Marren.

“Leva cerca de seis a oito semanas para deixar um 777-300 baseado no deserto pronto para voar e a equipe está trabalhando com um fornecedor de manutenção local para reanimar nossa aeronave no deserto. O processo começa com uma boa lavagem para se livrar da poeira e sujeira que se acumularam no estacionamento de longo prazo no deserto de Mojave. Nossas equipes de engenharia removem as proteções e materiais das rodas, sensores e asas e realizam um programa completo de manutenção para deixar essas aeronaves em condições de serviço e prontas para voar novamente”, prosseguiu.

“Desde a manutenção das rodas do trem de pouso até a verificação do estofamento e do sistema de entretenimento de bordo na cabine, muito trabalho é feito nessas aeronaves para garantir que estejam prontas para receber os clientes de volta a bordo”, finalizou.

Os próximos

A primeira aeronave 777-300, matrícula ZK-OKP, deve deixar Victorville no final de agosto rumo a Auckland, onde terá manutenção programada antes de se juntar à frota operacional no final de setembro.

O ZK-OKP é o primeiro de quatro aeronaves 777-300 baseadas em Victorville a serem reanimadas e a companhia aérea está trabalhando em um programa para trazer de volta as três aeronaves restantes no próximo ano. 

A companhia aérea também tem três aeronaves 777-300 que foram armazenadas em Auckland nos últimos dois anos. Duas dessas aeronaves estão de volta ao serviço, com o 777-300 ZK-OKO devendo entrar novamente em serviço nas próximas semanas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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